Goiás

Jovem morre com ‘mata-leão’ durante internação à força em clínica clandestina

Suspeitos são investigados pelo homicídio qualificado e sequestro, além de cárcere privado, falsificação de documento


Publicado em 02 de agosto de 2023 | 09:20
 
 
 
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Um jovem morreu após sofrer um golpe de mata-leão durante uma internação à força em uma clínica de reabilitação clandestina, em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo a polícia, cinco pessoas foram presas nesta terça-feira (1º/08).

O caso é investigado pelo delegado Humberto Soares, da Polícia Civil, em Posse, nordeste goiano. Entre os presos estão um gerente, os funcionários suspeitos de matar a vítima e os donos da clínica que teriam ordenado a internação compulsória da vítima. Os nomes não foram revelados.

Conforme o delegado, o caso começou a ser investigado há cerca de dois meses, depois que funcionários de um hospital, em Simolândia, acionarem a corporação devido à morte do jovem. Segundo o investigador, a vítima era usuário de drogas e a internação na clínica foi solicitada pela família dele que alega não sabiam como eram feitos os procedimentos no local.

“Três funcionários foram até a casa da vítima, que morava em Posse, e se identificaram como falsos policiais. Quando o jovem percebeu que se tratava de uma internação compulsória, tentou fugir. Para imobilizar a vítima, os funcionários aplicaram um golpe de mata-leão. Apesar de ter sido levado para o hospital, o jovem acabou morrendo por enforcamento”, contou Soares ao portal G1.

Pela internação, os familiares pagavam, em média, R$ 2 mil por mês, mas algumas desembolsavam até R$ 5 mil. No entanto, o delegado afirma a clínica não tinha autorização da prefeitura para funcionar. “A fiscalização já havia fechado e suspendido as atividades, mas eles voltaram a funcionar clandestinamente”, explica. 

De acordo com agente de segurança,  os funcionários também não tinham preparo para realizar as internações e passagens pela polícia por tráfico de drogas.

“Eles não têm formação na área de saúde, todos têm passagens por tráfico de drogas, lesão corporal, violência doméstica e inúmeros outros crimes”, detalhou. Além disso, a clínica não tinha equipe médica e os próprios internos cuidavam uns dos outros.

O local também tinha um ambiente insalubre, conforme a Polícia Civil. A clínica estava com 38 internos, que serão encaminhados para a assistência social do município e aos familiares. Um homem, de 36 anos, que ficou seis meses no local, denuncia que eles eram forçados a tomar mais remédios do que o necessário.

Pela internação, os familiares pagavam, em média, R$ 2 mil por mês, mas algumas desembolsavam até R$ 5 mil.

Ainda conforme a PC de Goiás, o veículo utilizado na internação do jovem foi apreendido, junto de uma arma de fogo.

*Com informações de g1.

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