Trinta e cinco anos após concluir a pré-escola, em Matão, interior de São Paulo, o médico intensivista Flávio Borsetti, de 41 anos, reencontrou sua professora, Elza Bussola Ribeiro, de 73 anos, na ala de Covid-19 do hospital onde trabalha e foi um dos responsáveis por tratar a docente. 

“Existem coisas, fatos e pessoas que marcam a gente ao longo da nossa vida. E uma dessas pessoas foi minha professora do prézinho, dona Elza ou tia Elzinha. Muitos anos se passaram e eu acabei a reencontrando, só que em uma situação bem diferente”, contou o profissional da saúde em uma postagem nas redes sociais.

“Tia Elzinha”, como era conhecida, lecionava na Escola Estadual José Inocêncio da Costa, no Centro de Matão. Em 1986, ela trabalhava no nível pré-escolar. Borsetti se formou em medicina em 2006.

“Eu gostava tanto dela, que na época eu ‘enchia o saco’ da minha mãe para que ela lhe comprasse uma joia. Não consegui a joia, mas consegui presenteá-la com um porta-joias. Passados muitos anos, a vida nos colocou frente a frente novamente”, disse.

A professora ficou 40 dias internada em estado grave no Hospital de Matão, mas conseguiu superar o coronavírus e voltar para casa. 

“Confesso que esse momento foi muito melhor, muito mais feliz do que lhe dar uma joia. Na verdade, eu acabei me sentindo presenteando-a com um tesouro, né? Porque a vida realmente é um tesouro precioso que a gente tem”, comemorou Flávio. 

“Em 1986, você me deu esse porta-joias de presente. Depois de 35 anos, você e Deus me deram a oportunidade de continuar aqui. Obrigada doutor Flávio, meu querido aluno”, agradeceu tia Elzinha.