Profissionais da área da saúde representam quase metade dos casos confirmados do novo coronavírus no Pará: são 42% dos registros, de acordo com o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). Em dez dias, sete médicos morreram pela doença. Falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de treinamento, contratações precárias e até o trabalho contínuo de profissionais do grupo de risco estão entre as principais reclamações.
A técnica de enfermagem Rosana Rocha, que atua no Hospital e Pronto-Socorro Mário Pinotti, afirma que a falta de equipamentos foi um fator decisivo para a contaminação dela e de outros servidores. “Somos 1.200 trabalhadores. As pessoas faziam fila no almoxarifado para pegar equipamento, e não dava para todo mundo. Foi um nível de precarização muito grande”, disse. Rosana, de 53 anos, está afastada do trabalho com sintomas da Covid-19 desde segunda-feira (27).
Outro problema é que servidores da saúde de Belém que pertencem ao grupo de risco continuam trabalhando. Mayck Gaia é filho de uma técnica em enfermagem com mais de 60 anos, hipertensa, diabética e cardiopata que está afastada por ter sido infectada pelo coronavírus. “No dia 18 de março houve o decreto de que todos deveriam se afastar, mas no dia 26 veio decisão para que todos os servidores da área da saúde e segurança voltassem. Ela acabou cedendo às pressões. No dia 9, ela já saiu do plantão se sentindo mal”. Ele não revela o nome da mãe com medo de represálias.
A reportagem apurou que pelo menos outros dois idosos que retornaram ao trabalho tiveram complicações: um trabalhava no setor da radiologia e morreu – uma copeira segue internada.
O Estado afirma que 16% dos profissionais de saúde estão com Covid-19 no Pará, com três óbitos confirmados. Sobre o retorno ao trabalho de servidores do grupo de risco, a Secretaria de Saúde do município de Belém não negou e se limitou a responder que “cumpre decreto municipal”.
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