Corrida contra o tempo

No pico do coronavírus, país precisará de 30 mil testes por dia, diz secretário

Atualmente, capacidade diária do Brasil é de cerca de 7 mil

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de março de 2020 | 18:36
 
 
 
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O secretário de Vigilância Sanitária, Wanderson Oliveira, afirmou em coletiva nesta terça-feira (24) que o Brasil precisará produzir de 30 mil a 50 mil testes por dia durante o período de pico do novo coronavírus no Brasil. Atualmente, a capacidade do Brasil é de cerca de 7.000 testes por dia.

"A questão dos testes está em construção. Para que a gente possa enfrentar o pico da epidemia, temos que ter capacidade de 30 mil a 50 mil testes por dia, essa é a escala que temos que chegar. Não temos essa escala ainda, não temos isso agora, vamos chegar nas próximas semanas", disse Wanderson.

O secretário disse que, além de conseguir mais máquinas e insumos para viabilizar testes, é preciso ter equipamento de proteção e pessoas treinadas. Com a compra de novos testes, o Ministério da Saúde promete mais de 20 milhões de kits no total para o Brasil.

"É importante esclarecer que estamos buscando toda a disponibilidade de testes no mercado internacional. Neste momento, a Índia acabou de fazer um bloqueio por 21 dias de todo o seu território nacional. A China está com dificuldade de fornecimento de insumos. Fornecedores de máquinas não conseguem suprir o mercado internacional", avaliou Wanderson.

Ele disse que o Ministério da Saúde mantém diálogo com o Ministério da Agricultura, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Polícia Federal para conseguir parceiros que emprestem máquinas para realização de testes no Brasil. "É um esforço hercúleo", avaliou o secretário. Possivelmente será a maior pandemia do século. Esperamos que seja menos letal do que a pandemia de 1918", disse.

Testes rápidos

Uma das estratégias do governo brasileiro é utilizar testes rápidos para triagem de pacientes. Os testes, no entanto, ainda precisam ter sua eficácia analisada. "Nós estamos ainda monitorando essa primeira leva que vai chegar para compreender. O Brasil será o primeiro país a testar em escala esse teste rápido. Nós teremos aqui muitos olhares do mundo inteiro querendo entender como é a dinâmica desse teste e esperamos que saia exitoso", declarou Wanderson.

Ele destacou que é um "teste de triagem, não é um teste de diagnóstico clínico". Temos uma precisão quando ele é positivo e assintomático, mas a sensibilidade é baixa nos primeiros dias da doença", explicou.

De acordo com as informações, os testes rápidos saem a um custo para o governo de aproximadamente R$ 75. Já o teste mais elaborado sai na faixa de R$ 9.

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