Nas últimas semanas, uma subvariante da ômicron, chamada BA.2, se espalhou por diferentes países, como Dinamarca, Filipinas e África do Sul. Alguns casos já foram identificados no Brasil, inclusive em Minas Gerais.
O Ministério da Saúde informou que, até o dia 23 de fevereiro, foram notificados 17 casos da ômicron sublinhagem BA.2: oito em São Paulo, cinco no Rio de Janeiro, três em Santa Catarina e um em Minas, cujo exame laboratorial confirmou a contaminação em um paciente de Belo Oriente, na região do Rio Doce.
No momento em que o número de infectados pelo coronavírus começa a cair de forma significativa em todo o país, surge uma pergunta inevitável: devemos nos preocupar com a BA.2?
Para Unaí Tupinambás, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, a população não precisa ficar com medo do contágio pela nova cepa neste momento. “Mesmo que essa subvariante comece a circular no nosso meio, ela deverá pegar uma população que já foi muito exposta à ômicron e está com o ciclo vacinal avançado, com duas ou três doses. Assim, entendo que o impacto dessa subvariante deverá ser mínimo ou desprezível”, diz o especialista.
Imunização. Neste momento, mais de 71% da população brasileira está totalmente imunizada com duas doses ou dose única. Mas isso não quer dizer que as pessoas deixem de se preocupar com o coronavírus, especialmente pela possibilidade de a Covid-19 deixar de ser considerada doença pandêmica para ser classificada como endêmica pelo Ministério da Saúde.
Conforme o especialista, a prevenção continua sendo importante para evitar o surgimento de novas variantes, que podem ser mais mortais ou transmissíveis.
“Há uma interpretação equivocada de endemia como se isso fosse uma boa notícia. É bom lembrar que a malária e a tuberculose são doenças endêmicas e, mesmo assim, causam 600 mil e 1,5 milhão de mortes por ano, respectivamente, no mundo. E também não é motivo para não fazermos nada, muito pelo contrário. Temos de nos esforçar muito mais para ampliar a vacinação em todo o mundo e ainda manter as medidas não farmacológicas até que se chegue a números aceitáveis de casos e mortes”, afirma.