Os incêndios que assolam o Pantanal e queimaram mais de 25 mil hectares de áreas de preservação ambiental em Mato Grosso do Sul não foram acidentais. Essa é a suspeita da Polícia Federal, que acredita que o fogo tenha sido utilizado para remover a vegetação natural. Assim, fazendeiros da região teriam área para pastagem do gado.
Durante a Operação Matáá, desencadeada na última segunda-feira, a Polícia Federal usou dados de satélite de um núcleo da instituição em Brasília (DF), especializado em crimes ambientais, e também sobrevoou várias fazendas no Pantanal, à procura de indícios sobre o crime.
“As investigações indicam que o fogo tenha sido colocado para depois transformar em pastagem. Você extrai a mata nativa, e aí fica a pastagem para o gado”, explicou o delegado-chefe da Polícia Federal em Corumbá, Alan Givigi, que coordena a operação.
Durante a operação, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em casa de fazendeiros da região. “Em nossa equipe há peritos que vão poder comprovar a atuação nos locais dos focos de incêndios”, completou o delegado.
Os investigados pela Operação Mataá devem responder por pelo menos quatro crimes ambientais: dano à floresta de preservação permanente, dano direto e indireto a unidades de conservação, incêndio florestal e poluição. Se condenados, a pena somada ultrapassa 15 anos de prisão