RIO DE JANEIRO " Dois policiais civis foram executados e dois bandidos morreram durante uma ação ousada de resgate de um traficante preso, ontem, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio. O criminoso prestaria depoimento no fórum do bairro e foi retirado do carro da polícia que o transportava, sem escolta.

Dois integrantes do grupo que participou do ataque estão foragidos. A polícia investiga se o alvo dos bandidos era Marcélio de Souza Andrade, 29, traficante que, de fato, foi resgatado " e morto em seguida, durante a fuga ", ou Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá, 34, que também participaria de uma audiência e estava num outro veículo.

Sassá foi chefe do tráfico no Complexo da Maré, na zona norte, e está preso desde novembro em Bangu 1. Apontado como sucessor de Sassá, Andrade havia sido capturado no dia 9 de dezembro.

Ação
O resgate foi às 11h50. Um grupo composto por pelo menos três bandidos armados de fuzis, que estavam numa Blazer de cor prata, atacou o furgão da Polinter, com sete presos, quando o carro entrava no terreno do fórum.

Os agentes Luis Hermes Ferraz Dantas, 43, que dirigia o automóvel, e Fernando Guilherme Medeiros Queiroz, 53, que estava no banco do carona, foram assassinados.

Segundo o juiz Marcelo Vilas, que ouviria os detentos à tarde, testemunhas contaram que os criminosos então se dirigiram aos bandidos que estavam sendo transportados e perguntaram qual deles era o Sassá. Andrade teria respondido que era ele.

Andrade foi retirado do carro e passou para a Blazer. Aproveitando-se da situação, os outros seis presos também tentaram escapar, a pé. Correram, mas foram logo recapturados, nas imediações do fórum. A Blazer dos bandidos disparou em fuga, com Andrade. Foi interceptada pela PM e alvejada.

Houve tiroteio e um PM ficou ferido. Os criminosos abandonaram o carro e tentaram se refugiar no Parque de Material Bélico da Aeronáutica, também na Ilha. Os corpos de dois deles, Andrade e um outro não identificado, foram encontrados por cães que auxiliavam nas buscas numa mata dentro do terreno da Aeronáutica.

Tinham marcas de tiros. Policiais civis e militares e homens da Força Aérea Brasileira (FAB) vasculharam o terreno, com o auxílio de um helicóptero. As principais vias da Ilha do Governador ficaram fechadas pela polícia.