Paleontologia

Tiranossauro é parente mais próximo da galinha

Estudo comparou proteínas extraídas de um osso de dinossauro com as de ave e concluiu que proximidade como animal do mundo moderno é maior do que com o jacaré


Publicado em 25 de abril de 2008 | 19:39
 
 
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SÃO PAULO. A comparação entre proteínas encontradas em um fóssil de tiranossauro rex e material coletado de 21 espécies de animais existentes no mundo atual indicam que o gigantesco predador pré-histórico tem como parentes vivos mais próximos as a aves, como galinhas e avestruzes e, como primos mais distantes, os jacarés.

O trabalho, de pesquisadores das universidades Harvard e Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, está publicado na edição desta semana da revista "Science". Segundo seus autores, a análise confirma, em nível molecular, a ligação entre dinossauros e aves, uma conexão que já havia sido feita por razões de semelhança anatômica.

Os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos, provavelmente como resultado do impacto de um asteróide com a Terra, na região onde fica atualmente a Península de Yucatán, no México.

A proteína usada no estudo veio de colágeno extraído de um fêmur de tiranossauro de 68 milhões de anos, descoberto nos EUA em 2003. A presença do colágeno preservado no osso fossilizado foi detectada em 2005. Os autores do trabalho atual argumentam que o resultado que obtiveram indica que o colágeno detectado realmente era do dinossauro, e não fruto de contaminação posterior.

Os pesquisadores que analisaram o tecido tiveram muito pouco material com que trabalhar: não foi possível extrair DNA, mas apenas 89 aminoácidos - as peças com que se montam proteínas. Por conta disso, não foram capazes de encaixar o tiranossauro com mais precisão dentro da árvore evolutiva dos vertebrados.

No artigo publicado na "Science", os autores dizem que a extração de mais moléculas de organismos extintos poderá ajudar a determinar parentescos em áreas críticas da árvore evolutiva. Segundo eles, a análise das proteínas pode ser usada para preencher todo tipo de lacuna na árvore evolutiva. Mas mostra que os métodos clássicos, com base em estruturas físicas, também são precisos.

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