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Vai viajar com o pet nos feriados? Veja dicas para transportá-lo em segurança

No caso de não levar os animaizinhos, uma das dicas do veterinário Ticiano Guimarães é deixá-los em hotéis ou com alguém de confiança


Publicado em 22 de dezembro de 2023 | 06:00
 
 
 
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Neste fim de ano, com feriados e férias se aproximando, é comum que as pessoas já comecem as programações de viagens. Uma preocupação para muitos é com relação aos animais de estimação, uma vez que como a casa ficará vazia por muito tempo, eles precisarão acompanhar os tutores ou ficar com alguém  ou local de confiança. 

Diante disso, o professor de Medicina Veterinária da Estácio BH, Ticiano Guimarães Leite, dá algumas dicas - que serão detalhadas a seguir - para segurança do pet e da família durante as viagens. Confira: 

Viagens aéreas

É importante ter atenção com as regras e o preparo para garantir ao seu bichinho um trajeto tranquilo e seguro. Atualmente é permitido ao tutor transportá-lo ao seu lado, na cabine ou no bagageiro da aeronave, mas essa tarefa não é das mais simples. Cada empresa aérea possui regras próprias e restrições de acordo com a espécie (cachorro, gato ou coelho), o porte, a raça e a idade do animal, o que demanda planejamento para cumprir todos os requisitos impostos. 
 
Normalmente, cães e gatos de pequeno porte (peso do animal somado ao da caixa de transporte deve ser igual a 7 a 10 kg) podem ser transportados na cabine de passageiros. Animais de médio e grande porte (entre 10 kg e 30 kg ou superior) devem ser transportados no compartimento de carga. Porém, as regras de peso, tamanho e dimensões da caixa variam de empresa para empresa. 

Vale lembrar que a maior parte das companhias aéreas não permite que cães e gatos braquicefálicos (aqueles que têm o focinho achatado) sejam transportados no porão em razão da sensibilidade destas raças. No entanto, algumas empresas aéreas proíbem totalmente o transporte dessas raças.

Os animais devem ser acomodados limpos e sem odor desagradável em uma caixa de transporte, chamada ‘kennel’, regulada pelas companhias aéreas, que seguem diretrizes da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA). No entanto, o compartimento não pode ficar no colo dos tutores ou nos assentos ao lado. 

Ele deve caber embaixo do assento da frente em posição horizontal, sem necessidade de pressionar, sendo permitido por algumas companhias aéreas as caixas de plástico rígido ou fibra de vidro e as flexíveis. No bagageiro da aeronave, obrigatoriamente as caixas devem ter compartimento alimentício e bebedouro para serem acessados pelo lado externo.

Essa caixa pode ser comprada em petshops, porém algumas empresas aéreas também a vendem.  No site da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) é possível consultar as dimensões que cada companhia aérea permite. Quando for comprar, leve as especificações para medir a caixa na loja. Veja dicas: 

  • O kennel tem que ser resistente, bem ventilado, com aberturas para garantir a circulação de ar, e com espaço suficiente para que o animal consiga ficar em pé e dar uma volta de 360 graus.
  • Além disso, deve possuir uma trava que evite a abertura acidental, interna ou externamente. 
  • Deve ser forrado com jornais e/ou uma toalha para absorver urina e outras secreções – eu recomendo o tapetinho higiênico para cães. 

À exceção é dos cães-guia, cães-ouvintes e animais de assistência emocional (ESAN), que não precisam de caixa já que desempenham papéis específicos de auxílio aos seus tutores.

Preparando o pet para a viagem aérea

Antes de viajar com o bichinho, deve ser feita uma consulta com um médico veterinário para verificar se ele está em condições de enfrentar uma viagem, e se apresenta um perfil calmo e adequado para tal. Por mais tranquilo, manso e amigável que o pet seja, verifique se ele ficará bem acomodado na viagem, se não ficará estressado, planeje voos diretos com trajetos curtos, o que reduzirá ou controlará a ansiedade dos animais e evitará a desidratação.

A sedação não é recomendada, é desencorajada pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), pois pode causar um déficit respiratório, problemas circulatórios e/ou alteração da frequência cardíaca, os animais perdem sua capacidade de se endireitar e o senso de equilíbrio ficando, por isso, susceptíveis a lesões e obstrução das vias aéreas. Em casos específicos a sedação ou tranquilização pode ser realizada por motivos médicos, sob a orientação de um veterinário. Devemos lembrar que ficar preso em uma caixa de transporte pode ser uma condição bastante estressante e isso vai exigir um período de adaptação do pet.

Na véspera da viagem, é bom reduzir a quantidade de comida, mantendo água suficiente, a levar o cachorro para passear antes de ir ao aeroporto e antes do check-in, a fornecer uma refeição leve cerca de duas horas antes de entrar no avião. Isso ajuda a acalmá-lo e é uma exigência legal nos Estados Unidos, por exemplo.

Após o desembarque

Segundo o médico veterinário, no caso de transporte no porão o tutor deve se dirigir ao departamento de cargas vivas para buscar seu animal, e imediatamente tentar acalmá-lo, fornecer água e alimento e levá-lo para passear nas imediações do aeroporto. 

Documentação necessária

Para voos nacionais é necessário apresentar a carteira de vacinação completa e um atestado de saúde, emitido por um médico veterinário com pelo menos 10 dias de antecedência à viagem.

Em viagens internacionais, o atestado de saúde exigido deve conter nome e dados do tutor, raça, nome, idade, origem e pedigree (se houver), também emitido por um médico veterinário com 10 dias de antecedência. Também é necessário apresentar comprovante de vacinação antirrábica – obrigatória a partir de três meses de vida –, e alguns países livres de raiva, como os da União Europeia e os Estados Unidos, exigem exames de sorologia da doença infecciosa viral; Certificado Veterinário Internacional (CVI), emitido pela Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) – órgão do Ministério da Agricultura que disponibiliza a emissão do documento de forma eletrônica para o trânsito de cães e gatos para 11 países.

Uma opção prática para quem viaja com frequência com o animal é tirar o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos. Diferentemente do CVI, que deve ser expedido a cada viagem, o passaporte vale para o território nacional e alguns internacionais, como países do Mercosul, Brunei, Colômbia, Gâmbia e Taiwan. O passaporte animal é feito pela Vigiagro desde que o pet tenha identificação eletrônica (microchip), e o prazo de emissão é de 30 dias úteis a partir do momento da apresentação do requerimento à unidade do órgão.

Transportadoras exclusivas de pets

Por diferentes razões, há situações em que o tutor não consegue viajar com o pet, optando por uma transportadora de animais por via terrestre. Para escolher uma transportadora exclusiva de pets o mais importante é pesquisar a sua reputação, verifique no site Reclame Aqui. As próprias companhias aéreas podem indicar empresas especializadas em transporte terrestre de animais, e algumas até oferecem esse tipo de serviço. Procure empresas e sites especializados em turismo com animais, um deles é o Pet-friendly Turismo, que fornece consultoria e orçamento para o transporte de carga viva.

Viagens de carro 

Segundo o professor de Medicina Veterinária da Estácio BH, Ticiano Guimarães, não se deve viajar com o pet solto no carro porque é arriscado. Não é seguro nem para ele nem para o tutor, pois, além de correr o risco de desconcentrar o motorista, o animal pode acabar se machucando nas curvas e freadas mais bruscas. Ainda há riscos de lesões graves em casos de acidentes. Além disso, também há possibilidade de levar uma multa, pois, pelo Código Nacional de Trânsito, é proibido transportar animais soltos dentro do carro. 

Para os cães de pequeno e médio porte, o ideal também é utilizar uma caixa de transporte, a ‘kennel’. Ela deve ser presa com um cinto de segurança, e essa é sempre a melhor opção para manter o seu animal seguro durante a viagem. De médio e grande porte você pode optar por adaptadores de guia, que se conectam ao cinto de segurança e o cachorro fica acomodado diretamente no banco do carro. Também vale lembrar de se utilizar a coleira peitoral e nunca a de pescoço.

Também existe a opção de utilizar cadeirinhas que se prendem a coleira do pet - também deve ser a peitoral. É bom sempre utilizar tapetinhos higiênicos nas caixas transportadoras e também forrar os bancos com capas impermeáveis, próprias para pets, que podem comprar pela internet. O ideal é apresentar a caixa ao animal pelo menos uns 15 dias antes da viagem. O tutor pode deixar ela aberta, em um ambiente acessível, o que vai permitir que o animal conheça e se familiarize com o espaço. 

Durante a viagem, é recomendável programar algumas paradas de acordo com a distância do trajeto. Em viagens longas, os animais, assim como as pessoas, também precisam de algumas pausas, para comer, tomar água, esticar as pernas e ir ao banheiro. O ideal durante as paradas é nunca deixar o animal sozinho ou trancado dentro do carro, porque é um risco especialmente em dias quentes. O tutor também deve ficar atento aos sinais de hidratação do pet (se ele tem pouca salivação e pele não muito elástica). A temperatura do carro precisa ser adequada para o animal, porque isso pode também afetar o grau de conforto térmico dele e causar sinal de desidratação.

Cães x gatos 

Alguns cuidados são comuns a cães e gatos durante a viagem. Outros não. Os dogs, em geral, são muito ligados ao dono, então eles sentem prazer em viajar e passear com o dono. Já os gatos são muito territorialistas, então eles se apegam mais ao ambiente do que ao dono, por isso pode ser um desafio maior transportá-los. Os gatos também precisam estar dentro da caixa transportadora, mas ainda é preciso uma atenção maior ao colocá-los ou retirá-los porque eles podem fugir.  

Quando não levar os pets 

Se o pet não está acostumado a andar de carro ou se ele tem alguma condição de saúde, por exemplo, problemas cardíacos, não é recomendado levá-los para as viagens, especialmente se forem longas. Também é possível acostumar o animal a passeios curtos com ele dentro do carro, na cidade, para tentar adaptá-lo.  

Onde deixá-los 

Em caso de não ser possível levar o animal na viagem, o tutor deve deixá-lo com um parente ou alguém de confiança, especialmente que goste de pets e que saiba como tratar o cão ou gato. Outra possibilidade é hospedá-los em um hotelzinho para pets. O recomendável é ter referência sobre o local, e o animal deve estar sempre com as vacinas em dia, vermifugado e com coleiras antipulgas - porque é uma exigência da maioria dos hotéis. 

Veja hotéis para pets em BH 

Pet Hotel Pampulha
Endereço: av. Portugal, 810 - Jardim Atlântico

Matilha Real
Endereço: rua Catete, 640 - Alto Barroca, Belo Horizonte

Aufabeto 
Endereço: rua Halley, 987 - Santa Lúcia

Maternau 
Endereço: av. dos Bandeirantes, 110 - Sion - BH

Animal House 
Endereço: rua Salgueiro, 399 – Ipiranga

Lulu Pet Club
Endereço: rua João Gualberto Filho, 1258 – Sagrada Família

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