A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, na noite de sábado (24), o empresário paraense George George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que confessou ser o responsável por colocar uma bomba em um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília, no Distrito Federal. O homem, que atua no setor de gás, é inscrito como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e disse ter vindo à capital para participar de atos contra o resultado da eleição e com pedidos de intervenção militar em frente ao Quartel General (QG) do Exército, na área militar. Segundo o delegado-geral Robson Cândido, o empresário, que é apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que queria provocar uma explosão para chamar atenção para o movimento do qual participa. Com ele, foram apreendidas outras cinco emulsões explosivas, além de diversas armas que ele alega terem sido trazidas de carro de seu Estado.
"Ele é morador do Pará e veio justamente para participar das manifestações lá no QG. E ele se intitula e faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente e que está imbuído nessa missão, segundo eles, uma missão ideológica, mas que saiu do controle. E as autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, nós iremos tomar todas as providências, iremos prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito, principalmente com ameaças e principalmente agora com bombas. Isso é uma coisa que nunca existiu em Brasília e nós não iremos permitir nenhum tipo de manifestação que possa causar mal às pessoas e ao patrimônio público", disse o delegado Robson Cândido.
Segundo o delegado, em um apartamento que estaria alugado no Sudoeste, foram apreendidas duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados, além de cinco emulsões explosivas. O delegado diz que o suspeito afirmou que os explosivos teriam vindo de pedreiras e garimpos no Pará.
"E ele confessou que realmente tinha intenção de fazer um crime lá no aeroporto. Seria destruir um poste, alguma coisa nesse sentido, para causar o caos, né? E o objetivo dele era chamar atenção para o movimento que eles estão empenhados", disse o policial.
Segundo Robson Cândido, o empresário é CAC, mas estava completamente fora das normas. Por causa disso, além de ser autuado por crime contra o Estado Democrático de Direito, ele também deve responder por posse e porte ilegal de armas de formo, munições e artefatos explosivos.
O delegado diz ainda que outras pessoas estão envolvidas. Segundo o próprio suspeito, as armas foram trazidas por ele em seu carro, mas os artefatos como o que foi desarmada pela polícia próximo ao aeroporto, foram enviados a ele por outra pessoa.
"Inclusive, ele confessou os crimes, narrou que esse outro artefato ele mesmo fez e teria repassado para uma pessoa ontem com a intenção de hoje causar esse tumulto lá no aeroporto com a explosão desse artefato", disse o delegado.
O delegado afirma ainda que o material teria potencial para causar uma grande explosão, gerando uma tragédia na capital federal. Inicialmente, a ideia era explodir um poste de energia. Contudo, depois o artefato foi colocado no caminhão de combustível de aviação. O material foi encontrado por funcionários da empresa que administra o aeroporto e foi desativado pela polícia.
"Se esse material adentrasse no aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista e seria motivo de vários noticiários internacionais, né? E graças a Deus conseguimos interceptar. Hoje teve esse que também não conseguiram explodi-lo, mas informação que nós temos é que eles tentaram acionar", disse, com base em informações da perícia da Polícia Civil.
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