Terror

CAC preso por colocar bomba perto do aeroporto de Brasília estava em atos no QG

Polícia Civil prendeu empresário do Pará, que confessou ser um dos autores da tentativa de explosão na capital federal

Por O Tempo Brasília
Publicado em 25 de dezembro de 2022 | 08:45
 
 
 
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A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, na noite de sábado (24), o empresário paraense George George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que confessou ser o responsável por colocar uma bomba em um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília, no Distrito Federal. O homem, que atua no setor de gás, é inscrito como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e disse ter vindo à capital para participar de atos contra o resultado da eleição e com pedidos de intervenção militar em frente ao Quartel General (QG) do Exército, na área militar. Segundo o delegado-geral Robson Cândido, o empresário, que é apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que queria provocar uma explosão para chamar atenção para o movimento do qual participa. Com ele, foram apreendidas outras cinco emulsões explosivas, além de diversas armas que ele alega terem sido trazidas de carro de seu Estado.

"Ele é morador do Pará e veio justamente para participar das manifestações lá no QG. E ele se intitula e faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente e que está imbuído nessa missão, segundo eles, uma missão ideológica, mas que saiu do controle. E as autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, nós iremos tomar todas as providências, iremos prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito, principalmente com ameaças e principalmente agora com bombas. Isso é uma coisa que nunca existiu em Brasília e nós não iremos permitir nenhum tipo de manifestação que possa causar mal às pessoas e ao patrimônio público", disse o delegado Robson Cândido.

Segundo o delegado, em um apartamento que estaria alugado no Sudoeste, foram apreendidas duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados, além de cinco emulsões explosivas. O delegado diz que o suspeito afirmou que os explosivos teriam vindo de pedreiras e garimpos no Pará.

"E ele confessou que realmente tinha intenção de fazer um crime lá no aeroporto. Seria destruir um poste, alguma coisa nesse sentido, para causar o caos, né? E o objetivo dele era chamar atenção para o movimento que eles estão empenhados", disse o policial.

Segundo Robson Cândido, o empresário é CAC, mas estava completamente fora das normas. Por causa disso, além de ser autuado por crime contra o Estado Democrático de Direito, ele também deve responder por posse e porte ilegal de armas de formo, munições e artefatos explosivos.

O delegado diz ainda que outras pessoas estão envolvidas. Segundo o próprio suspeito, as armas foram trazidas por ele em seu carro, mas os artefatos como o que foi desarmada pela polícia próximo ao aeroporto, foram enviados a ele por outra pessoa.

"Inclusive, ele confessou os crimes, narrou que esse outro artefato ele mesmo fez e teria repassado para uma pessoa ontem com a intenção de hoje causar esse tumulto lá no aeroporto com a explosão desse artefato", disse o delegado.

O delegado afirma ainda que o material teria potencial para causar uma grande explosão, gerando uma tragédia na capital federal. Inicialmente, a ideia era explodir um poste de energia. Contudo, depois o artefato foi colocado no caminhão de combustível de aviação. O material foi encontrado por funcionários da empresa que administra o aeroporto e foi desativado pela polícia.

"Se esse material adentrasse no aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista e seria motivo de vários noticiários internacionais, né? E graças a Deus conseguimos interceptar. Hoje teve esse que também não conseguiram explodi-lo, mas  informação que nós temos é que eles tentaram acionar", disse, com base em informações da perícia da Polícia Civil.

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