Devolução

Defesa de Bolsonaro entrega à PF armas que ele ganhou dos Emirados Árabes

Antes, advogados entregaram à Caixa as joias dadas como presente pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021 e que ficaram sob a posse de Bolsonaro

Por Renato Alves
Publicado em 24 de março de 2023 | 12:01
 
 
 
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Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregaram à Polícia Federal, nesta sexta-feira (24), as armas que foram presenteadas pelos Emirados Árabes. A defesa cumpriu uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU)

O Exército informou ter emitido a guia de tráfego que autoriza o transporte das duas armas, um fuzil e uma pistola. O documento é necessário para o transporte dos itens.

As armas foram entregues na sede da PF, na área central de Brasília, pelo advogado do ex-presidente, Paulo Cunha, que chegou acompanhado do subtenente do Exército Osmar Crivelatti. O militar carregava uma bolsa com o fuzil.

Em 2019, Bolsonaro recebeu do governo dos Emirados Árabes um fuzil calibre 5,56 mm e uma pistola 9 mm. Somados, os itens são avaliados em R$ 57 mil.

Joias sauditas foram deixadas na agência de penhores da Caixa

Mais cedo, os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser entregaram as joias dadas como presente pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021 e que teriam sob a posse de Bolsonaro. A devolução foi feita à agência de penhores da Caixa, também em Brasília.

Na última quarta-feira (22), o Tribunal de Contas da União (TCU) escolheu a agência da Caixa como o local para entrega do conjunto da marca suíça de diamantes Chopard, formado por relógio, caneta, anel, abotoaduras e rosário. As joias ficarão, agora, no acervo público nacional.

O plenário do TCU também decidiu que o kit de joias enviados pelo governo saudita em outubro de 2021 por uma comitiva, e que seria um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, seja entregue à agência da Caixa. O conjunto de diamantes, avaliado em R$ 16 milhões, inclui um colar, um par de brincos, um anel e um relógio. Estes ficaram retidos na Receita Federal na entrada no Brasil.

Presidente do PL dia que Bolsonaro desembarca em Brasília em 30 de março

Também na manhã desta sexta, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, publicou no Instagram que Bolsonaro retorna ao Brasil em 30 de março. 

“Bolsonaro vai desembarcar em Brasília às 7h30. Ficamos no seu aguardo Capitão, para juntos lutarmos por um Brasil mais justo e livre”, diz trecho do texto na rede social.

O próprio Bolsonaro já afirmou, porém, que é a situação política no país que o faz esperar para definir a data exata da volta. Bolsonaro já afirmou, por exemplo, que voltaria no próximo dia 29, mas que sete dias antes sempre reavalia a data.

Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos em 30 de dezembro. Ele foi para a Flórida em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), um dia antes do término do seu mandato, sem dizer quando voltaria ao país. 

Dessa forma, não participou da cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quebrando a tradição de entrega da faixa presidencial. 

Desde então, Bolsonaro mora em um condomínio fechado, em uma casa emprestada pelo ex-lutador de MMA José Aldo. O ex-presidente conta com equipe de assessores pagos pelos Estado brasileiro, conforme previsto em lei.

Ciro Nogueira diz que Bolsonaro aguarda queda nos preços das passagens aéreas

Na quinta (23), o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), deu uma versão curiosa para os diversos adiamentos da viagem de volta do ex-presidente dos Estados Unidos ao Brasil. Ciro Nogueira afirmou que Bolsonaro, que ganha R$ 42 mil, tem aguardado mudanças nos preços das passagens aéreas.

"Sabe por qual motivo Bolsonaro vai escolher o dia que está voltando? Só procê ter ideia... Pois ele escolheu o dia em que a passagem é mais barata e vem de (classe) econômica. Esse é o Bolsonaro", afirmou Ciro Nogueira, dizendo que o ex-presidente é um homem simples.

Geralmente, as passagens aéreas são bem mais baratas quando compradas com antecedência. Além disso, a ex-primeira-dama de Bolsonaro já voltou ao Brasil, e, recentemente, retornou aos Estados Unidos e voltou ao Brasil apenas quatro dias depois.

Os frequentes adiamentos também causam prejuízos aos cofres públicos, pois Bolsonaro tem direito a servidores que garantem a segurança de todos os ex-presidentes e que precisam receber diárias para atuar no exterior. Até meados de fevereiro os custos já se aproximavam de R$ 1 milhão.

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