O uso excessivo do celular não está apenas afetando a concentração e o bem-estar, mas pode estar deixando nossas relações mais superficiais e impactando até o desenvolvimento da linguagem e da criatividade. No episódio desta terça-feira (11) do Interessa, o psicólogo e neuropsicólogo, Matheus Beato, explicou como o consumo frenético de conteúdos rápidos nas redes sociais pode alterar nossa cognição e influenciar a forma como entendemos o mundo.

O efeito dos conteúdos rasos no cérebro

A bancada feminina compartilhou a percepção de que, hoje, as pessoas apresentam mais dificuldade para interpretar ideias e tons nas conversas, efeito que pode estar relacionado ao consumo constante de conteúdos curtos e superficiais. Segundo Matheus Beato, as redes sociais são projetadas para prender a atenção por meio de imagens e vídeos rápidos, tornando os textos algo secundário. "Um vídeo longo hoje tem três minutos. Mas o que realmente se aprofunda nesse tempo?", questiona o especialista.

Além disso, o contato com uma linguagem mais elaborada e subjetiva está cada vez menor. "Quando foi a última vez que lemos uma poesia?", provoca Beato. Esse tipo de leitura estimula a criatividade, algo que conteúdos rápidos e simplificados não oferecem. Estudos já indicam queda no QI das novas gerações e dificuldades na escrita e na fala, o que pode estar ligado a esse padrão de consumo digital.

O celular pode viciar?

Ainda não há uma classificação oficial que relacione o uso excessivo de celulares a transtornos mentais, mas as pesquisas mostram que o impacto no cérebro é semelhante ao de vícios em substâncias. "O celular sequestra nossa atenção. Ele nos força a dividir o foco o tempo todo, impedindo que a gente conclua tarefas ou se aprofunde em qualquer atividade", explica Beato.

O especialista alerta que, se quisermos preservar nossas habilidades cognitivas e sociais, é preciso encontrar equilíbrio no uso da tecnologia, priorizando momentos de interação real, leitura e práticas que estimulem o pensamento crítico.

Afinal, usar com parcimônia o celular pode ser a chave para realmente se conectar - com o que importa!

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