Ela cresceu ouvindo os pais gritarem, ameaçarem separação a cada briga... e nunca se separarem. Acreditou, então, que brigar era normal e até garantia de que o relacionamento sobreviveria. Na terapia, percebeu que reproduzia esse padrão e que nem sempre o final era feliz. A história dela é parecida com a de muita gente: buscamos, sem querer, reviver o que é familiar, mesmo que machuque.
A ciência confirma: um estudo da Universidade de Toronto mostra que tendemos a repetir o tipo de parceiro, inclusive na personalidade, e até os conflitos. Isso acontece porque nosso cérebro procura, no amor, o que já conhece. E esse roteiro afetivo muitas vezes começa a ser escrito lá atrás, na infância, nas dinâmicas familiares que testemunhamos.
A maneira como fomos ensinados a lidar com afeto, frustração e problemas molda os vínculos futuros. Sem perceber, carregamos crenças passadas de geração em geração. E por mais que queiramos fazer diferente, é preciso esforço e muitas vezes ajuda profissional pra romper o ciclo.
Será que você também está num relacionamento com o passado?
O Interessa discute hoje o que está por trás da repetição de padrões nos relacionamentos. A partir das 14h, nos canais O Tempo Livre e O Tempo no YouTube, a jornalista Renata Zacaroni recebe o psicólogo Gabriel Aguilar, com a participação das interessantes, Mariela Guimarães e Thalita Martins.