Relações tóxicas nem sempre gritam. Às vezes, elas vêm disfarçadas de cuidado, de sonho projetado, de “eu só quero o melhor pra você”. No episódio de hoje do Interessa, apresentado por Renata Zacaroni, a jornalista Thalita Martins questionou se não faltam habilidades aos Gen Z para impor limites frente as insatifações. Ela contou que incentivou a afilhada a permanecer no exterior jogando futebol, mesmo diante do sofrimento da jovem com o ambiente hostil. A intenção era boa. Mas será que, sem querer, ela foi tóxica?

Tatiana Lagoa, também jornalista e integrante da bancada, trouxe outra perspectiva: a coragem de dizer “isso não me faz bem, eu vou embora” é um ato emocional poderoso da geração Z. Enquanto as gerações anteriores se forçavam a caber, hoje há quem escolha não se esvaziar para ser aceito. A pergunta que fica é: o quanto preparamos emocionalmente as pessoas para sonharem?

Jailton Souza, psicólogo convidado do dia, explica que relações tóxicas surgem quando projetamos no outro a responsabilidade pelas nossas lacunas afetivas. "A gente se disponibilizar para que o outro possa muitas vezes projetar toda a sua ineficiência emocional, me fazer manipulável para satisfazer um ego... eu tenho que tomar cuidado, pois muitas vezes as minhas limitações afetivas fazem isso. A gente tem que dar conta; a gente tem que aprender a ser só! E quando eu canso de ser só, eu busco alguém para completar! E ao completar, que não me diminua, me complete em algo. Não me esvazie para que eu não sinta falta de quem eu era ou quem eu fui", finaliza.

A conclusão do especialista é de que a técnica leva a pessoa até o lugar. Mas é a emoção que a mantém ali. E o alerta é claro: quanto mais vazios estamos, mais nos tornamos manipuláveis.