Londres, Inglaterra. Segundo a proeminente neurologista britânica, a baronesa Susan Greenfield, passar muito tempo em frente ao computador, divertindo-se com jogos e navegando na internet em sites como o Facebook pode gerar problemas futuros para milhares de jovens.
Segundo a médica, o vício "nada saudável" da tecnologia tende a desfazer algumas ligações no cérebro. Susan, ex-diretora do Royal Instituto - o mais antigo instituto independente de pesquisa do mundo -, fez as declarações sobre o perigo da tecnologia durante a inauguração de um centro de ciências em uma escola britânica.
Apesar de ter afirmado que determinadas tecnologias podem estimular a criatividade, a baronesa afirmou em seu discurso que, em geral, os resultados do excesso de tecnologia no cérebro são negativos.
Segundo ela, "a atividade baseada na tela do computador ativa a atenção e acaba viciando, o que cria um ciclo de necessidade de mais e mais atividades na tela do computador".
Controvérsia. A neurologista afirma, ainda, que outros sintomas podem aparecer em crianças e jovens viciados em computador, como desvios de atenção e tendências a comportamentos imprudentes.
Para o professor Mark Griffiths, psicólogo e diretor da Unidade Internacional de Jogos da Universidade de Trent, em Nottingham, a comunidade científica desconhece estudos que tenham chegado aos resultados citados pela pesquisadora. Ele afirma também que, se há algum resultado da influência da tecnologia na educação, esse resultado até agora tem sido positivo, uma vez que a tecnologia ajuda a estimular a atenção das crianças.
Susan Greenfield explica que os jogos podem sobrecarregar os cérebros. "Há indícios de que, quando jogados em excesso, os jogos podem acabar viciando, principalmente aqueles que não têm fim e podem, potencialmente, ser jogados durante 24 horas, sete dias por semana". Para ela, é importante que os pais estejam atentos e previnam possíveis problemas.