Bancos públicos diminuíram a folha de pagamento em 21,2 mil empregados nos últimos dois anos. O corte faz parte do esforço do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em reduzir custos e tornar a estrutura mais parecida com a dos bancos privados. A saída dos empregados deve gerar economia de pelo menos R$ 2,5 bilhões por ano aos dois bancos.
Após operar com mais de 114 mil empregados no início da década, o BB, que já foi símbolo de emprego estável, começou a agir para reduzir o quadro de funcionários. Ações como o incentivo à aposentadoria e mudança na estrutura de atendimento resultaram na saída de mais de 16 mil pessoas, sendo quase 12 mil apenas nos últimos dois anos, quando o quadro diminuiu em 10,9%.
Na Caixa, um plano de demissão voluntária resultou na saída de 9.200 pessoas, queda de 9,7%. Nesses dois anos, os concorrentes privados foram em sentido contrário. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander aumentaram a folha de pagamento em 11,3 mil empregados no mesmo período. Boa parte desse aumento se deve a aquisições, como a compra do HSBC pelo Bradesco.
Bancos públicos argumentam que a redução do quadro de funcionários é uma reação à transformação do setor. O BB diz que a medida busca “a sustentabilidade da empresa em um mercado em profunda transformação”. A Caixa diz que o objetivo é “ajustar a estrutura ao cenário competitivo e econômico atual, buscando mais eficiência do banco”. Nesse esforço, sobrou até para o estagiário. No BB, o número despencou em 60% em dois anos com o desligamento de 2.800 estagiários. Na Caixa, o corte foi de 30%.
Atendimento ao cliente sofre piora
A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira, diz que o enxugamento tem gerado impacto no funcionamento dos bancos. “Gera sobrecarga para os empregados que ficaram e queda da qualidade do serviço ao cliente”, diz. O ranking do Banco Central de reclamações, que mede a qualidade do serviço bancário, mostra que, por esse critério, Caixa e BB pioraram.
Em junho de 2016, a Caixa era o terceiro grande banco com mais reclamações e o BB ocupava a confortável sexta posição – era o melhor colocado entre os grandes. Desde então, a Caixa chegou a liderar o ranking em alguns períodos e atualmente é o segundo pior avaliado. Já o BB passou de sexto a terceiro mais reclamado.
No detalhamento das reclamações recebidas pelo BC, das 11,6 mil queixas do 2º trimestre contra a Caixa, mais de mil tratavam de “insatisfação com o atendimento prestado por agências”.
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