Planejada com meses de antecedência, a viagem de fim de ano do brasileiro será doméstica. Um estudo feito pela plataforma de viagens Kayak mostrou que os dez destinos que mais cresceram em buscas por passagens em 2018 foram todos nacionais. “As altas do dólar e do euro em 2018, com grande variação durante o ano, foram o principal motivo para a preferência pelos destinos nacionais”, avalia o gerente de vendas da agência de turismo CL Viagens, Márcio Júnior da Silva Souza. A moeda norte-americana teve seu pico no fim do mês de agosto deste ano, quando ultrapassou o teto de R$ 4.
“Foi a alta do dólar que me fez escolher um destino nacional. Eu e meu namorado pesquisamos a viagem de réveillon em agosto. Neste ano, os preços estavam muito mais altos em função do dólar”, conta a gerente comercial Isabelle Cristine Costa Fraga, 33. Nos últimos três anos, eles viajaram para Argentina, Colômbia e Chile nesta época do ano. Em 2018, passarão o réveillon em Porto Seguro e Arraial D’Ajuda, na Bahia. “Sete dos 15 destinos mais buscados para o réveillon eram estrangeiros em 2017. Neste ano, o número caiu para quatro”, diz Eduardo Fleury, líder de Operações do Kayak.
As passagens aéreas, mesmo os destinos nacionais, ficaram mais caras nesse réveillon frente 2017. “O aumento no valor das passagens, principalmente para os destinos mais procurados, como as praias do Nordeste, tiveram um aumento significativo em relação a 2017. Alguns destinos ficaram até 50% mais caros”, avalia o diretor comercial da agência de viagens Interpool, Paulo Testa. “As companhias aéreas preferiram diminuir a oferta e aumentar os preços neste ano”, diz.
Para Souza boas promoções nas passagens aéreas foram possíveis há cerca de três meses, quando as companhias aéreas disponibilizaram fretamentos aéreos. “Com os bloqueios de grupos, as passagens ficam até 30% mais baratas”, afirma.
“Como ficamos no Brasil e as passagens aéreas estavam muito caras, optamos por ir para Porto Seguro de carro pelo litoral. Vou aproveitar e compartilhar dicas da viagem no Instagram”, conta Isabelle, que usa o perfil @bellinhi na rede social.
Cidades mais próximas são a alternativa
Quem ainda não fechou a viagem de fim de ano deve buscar alternativas mais próximas ou se contentar em gastar mais. “A dica é buscar os destinos mais próximos de sua cidade de origem. Aqueles que não necessitam de viagem de avião, por exemplo, podem ser boas opções para quem ainda não fechou sua viagem”, diz o especialista da agência de turismo multicanal Almundo, André Ormonde.
Um levantamento da Almundo mostra que o tíquete médio para viagens de fim de ano em 2018 foi de R$ 2.406, e o Rio de Janeiro foi o destino nacional mais procurado, com tíquete médio de R$ 422.
Crescimento
Expectativa. A Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav) prevê que as vendas para viagens nesta época do ano aumentarão 20% em relação a 2017.