O Carnaval de 2024 promete ter mais latinhas de Xeque Mate em Belo Horizonte que o total de habitantes da capital mineira. A empresa produziu cerca de 5 milhões de latas da bebida para a folia deste ano, 60% delas (3 milhões) destinadas a BH, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais recente.
É o recorde de produção da Xeque Mate Bebidas, que em 2023 produziu 600 mil litros para o Carnaval, quase integralmente direcionados a BH. Desta vez, ela encaminha 30% para São Paulo, seu segundo maior mercado, e os demais 10% para Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco. Com a expansão do mercado, a empresa espera faturar R$ 20 milhões neste Carnaval, segundo um dos sócios, Gael Rochael. “Todos os anos, sustentamos ao longo do ano o que crescemos no Carnaval”, diz o empresário. Outra estratégia deste ano é a parceria com a marca de gelo saborizado para drinks Coco Leve, que lançou uma edição limitada inspirada na bebida.
Neste ano, BH terá uma quantidade de opções inédita de drinks enlatados produzidos localmente. Só de novidades que nunca saíram em outros Carnavais, a reportagem contabilizou pelo menos sete. A maioria tem um volume de produção discreto, de menos de 10 mil latas.
Rochael celebra a diversidade de alternativas: “quem ganha com um cardápio variado é o público. Não posso afirmar quem vai se firmar no mercado ou não”. Ele critica, porém, que alguns rótulos foram criados com o olho nas vendas, e não na experiência do consumidor. Antes de começar a ser enlatada e produzida em escala, a Xeque Mate era uma bebida produzida artesanalmente e vendida em barril nos bares. “Ela é uma bebida desenvolvida para ser consumida antes de ser vendida. Vejo pessoas desenvolvendo para vender e chegando um pouco atrasadas, não vejo com tantos bons olhos”.
Com a escalada dos negócios, Rochael nega que a marca possa ser vendida no futuro próximo ou formar uma sociedade com gigantes do mercado, como a Ambev, conhecida por incorporar marcas regionais ao seu portfólio. “Valorizamos muito o trabalho com autonomia e liberdade. Depois de oito anos, com pandemia e tomando muita porrada, entendemos que o que precisamos é fazer caixa e estruturar nosso negócio”, diz. Sua dica final para este Carnaval? “Bebam água também”.