Neste ano, haverá uma estratégia nova para o fechamento de ruas em Belo Horizonte para a passagem dos bloquinhos de Carnaval. Os trajetos serão fechados pela BHTrans apenas uma hora antes da passagem do cortejo e liberados logo após o encerramento da atividade. A novidade foi definida num acordo entre a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) e a Belotur. 

“Não justificava… O bloco só passava de manhã e a rua ficava o dia inteiro fechada. Isso impactou muito [no fluxo de clientes e vendas]”, lembra a presidente da Abrasel-MG, Karla Rocha, sobre a experiência no ano passado, quando o acesso da população e trabalhadores aos bairros e estabelecimentos foi prejudicada.  

Segundo a presidente, em 2023, houve até um estabelecimento, na rua Petrolina, no bairro Sagrada Família, na região Leste de BH, que ficou “ilhado”, com as ruas no entorno fechadas. "E nem teve bloco no dia... Muita gente não trabalhou. Teve empresário que não abriu, porque não ia chegar gente. Fechou ali na av. Amazonas um pedaço todo… Como a pessoa vai chegar para almoçar?”, detalha a representante da Abrasel.

Com as mudanças, para 2024, a previsão é que o setor incremente o faturamento em 10% a 15% durante a festa, considerando também o pré e pós-carnaval, compreendido entre 27 de janeiro e 18 de fevereiro. 

A presidente da Abrasel-MG conta ainda que a Belotur vai criar no Carnaval 2024 os chamados ‘bolsões’, uma estratégia que prevê que os cortejos saiam sempre do mesmo lugar em determinadas áreas/regiões. Assim, as mesmas ruas estarão fechadas entre sábado e terça-feira da semana de Carnaval, garantindo uma previsibilidade da população para se deslocar pela cidade. 

Fora os “bolsões”, na reunião ficou definido que as placas de sinalização de fechamento das ruas serão imediatamente retiradas após o término dos blocos para liberação do trânsito a fim de evitar transtornos. 

Outra novidade definida durante o encontro entre Abrasel-MG e a Prefeitura de Belo Horizonte é que os donos de bares e restaurantes agora poderão solicitar credenciais para atuarem como ambulantes no Carnaval. “Quem não quiser ficar com o estabelecimento aberto, pode pegar credencial e vender bebidas na rua. ‘Fazer do limão uma limonada’”, explica Rocha.  

As inscrições começaram nesta terça-feira (16/1) e seguem até o dia 26 de janeiro. É preciso seguir o mesmo processo de todos: ser maior de 18 anos e comparecer ao Colégio Marconi (Rua Paracatu, 1.574, Bairro Santo Agostinho, BH) munido de documento e comprovante de endereço. 

“Tem que estar lá com os documentos e só pode vender bebida em lata ou adereço carnavalesco. Bebida fracionada não pode”, explica Rocha. 

 

Coleta de lixo não se altera

Segundo a presidente da Abrasel-MG, no ano passado não houve problemas com a coleta de lixo, que não foi alterada e garantiu a limpeza e organização rotineira dos bares. 

Mas uma sugestão levantada pela entidade foi uma distribuição, digamos, mais assertiva dos banheiros químicos. Proprietários de estabelecimentos terão autonomia para mudar ou solicitar a troca dos sanitários, caso estejam instalados na porta de bares e restaurantes. 

A Abrasel pediu à Secretaria Municipal de Política Urbana que os bares e restaurantes, que não estejam em rotas de passagem dos blocos, sejam autorizados a cercar o passeio com gradis para garantir a segurança dos clientes. 

Em 2024, o Carnaval de Belo Horizonte espera receber 5,5 milhões de foliões. A previsão é de uma injeção de cerca de R$ 900 milhões na economia e a geração de 24 mil empregos temporários. Os dados são do governo estadual.