Pouco antes das 4h deste sábado (10 de fevereiro), um bar quase na esquina da rua Curitiba com a avenida do Contorno, no Centro de Belo Horizonte, toca música alta. Na madrugada, ainda escura, dezenas de ambulantes estão enfileirados com os carrinhos lotados de Xeque Mate e outras bebidas para abastecer os foliões que chegam para um dos maiores blocos do Carnaval belo-horizontino: o Então, Brilha!.

O bloco se concentra às 5h, deste exato ponto, e segue manhã afora até a praça Rui Barbosa, em frente à praça da Estação. Na avenida do Contorno, a organização do bloco ajeita fantasias e peças holográficas, como peixes cor de rosa e dourados com a boca escancarada.

A motogirl Thais Colagrande, 29, virou a noite para vender bebidas no cortejo, depois de ter faturado no Bloco Fúnebre na noite anterior. “Estou acostumada, porque faço entregas à noite, já que paga melhor. Agora, sim, começou o Carnaval! As vendas no Então, Brilha!, meu filho...”, diz. Ela espera lucrar pelo menos R$ 1.000 neste sábado. Antes das 4h, vendeu duas Beats.

O churrasqueiro Leonardo Alves Pereira, 32, dormiu no bar onde trabalha, na rua Curitiba, para madrugar para o bloco e trabalhar. “Saí de casa às 7h de ontem”, conta. Com sono, mas animado para o Carnaval, até confunde a idade, e começa a conversa dizendo que tem 22 anos.

Cheia de glitter, a advogada Luisa Helena, 25, procura o carro de som do bloco, que ainda não chegou ao local, vinda de um pagode na Savassi que durou a noite toda. “É Carnaval em Belo Horizonte! Na Quarta de Cinzas, a gente dorme”, alegra-se, com uma lata de cerveja na mão.