Integrante do Corpo de Bombeiros, com atuação inclusive nas buscas pelas vítimas da tragédia de Brumadinho, em 2019, o deputado federal Pedro Aihara (PRD), não conseguiu segurar as lágrimas pela perda das seis vítima da queda do helicóptero Arcanjo 04 em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais. A aeronave caiu no distrito de São Bartolomeu, após colidir com um paredão. O parlamentar compareceu ao velório das vítimas na manhã deste domingo (13 de outubro), no colégio Santa Marcelina, bairro São Luiz, na Pampulha, em Belo Horizonte.

Aihara chegou ao local por volta de 11h45 e aparentava estar sereno. Mas na saída do velório, o semblante era outro: olhos marejados e as mãos enxugando as lágrimas. Como integrante experiente dos Bombeiros, Aihara descreve a dor que os colegas da corporação estão sentindo.

"Eu tive a oportunidade de trabalhar com todos os militares e até o médico e o enfermeiro que estavam aqui. E é muito difícil porque a gente nunca sabe se vai voltar de toda ocorrência. Quando a gente precisa chegar ao ponto de amigos sacrificarem a própria vida para cumprir a nossa missão, dói muito na gente. Você voltar com a guarnição incompleta é a pior sensação", desabafa Aihara, emocionado e com a voz embargada.

Aihara relembra da hora em que recebeu a notícia da queda do avião. No primeiro momento, ele tentou manter esperanças de que não tivesse ocorrido o pior. "No início a gente tinha muita esperança que a gente pudesse achá-los com vida, com algum tipo de ferimento, mas não que seria essa situação devastadora de todo mundo em óbito. Quando teve a primeira localização, que de fato a gente teve as confirmações foi um golpe muito forte", descreve.

Pedro Aihara descreve as vítimas como pessoas íntegras e dedicadas. Ele com tá que conviveu pessoalmente com cada um dos tripulantes que perderam a vida na queda do Arcanjo 04. Ele relembra com carinho dos quatro militares.

"Vai ficar para nós o bom humor do Capitão Wilker, que era um cara sempre muito bem-humorado, sempre brincalhão. A juventude do Vitor, eu fui professor dele, era um cadete muito dedicado, fez o mesmo concurso do Batalhão de Operações Aéreas que fiz. O Gabriel, também fui instrutor dele, um cara sempre disponível a ajudar os outros. Wellerson, que já era um perfil mais fechado, mas extremamente técnico, competente profissionalmente", descreve Aihara, que também elogia os socorristas Bruno Sudário e Marcos Rodrigo.

"No caso do Dr. Rodrigo e do Bruno, pessoas sempre disponíveis a fazer a integração da melhor forma possível, preocupados com pacientes", resume. O parlamentar, apesar da dor, afirma que o momento é de honrar os nomes das vítimas.

"Muito além de bombeiros militares e socorristas, são pessoas que têm seus sonhos, seus afetos, suas famílias. A gente vai superar isso. O corpo de bombeiros é muito maior do que isso e esse legado vai se consolidar por meio de um bom trabalho. Agora é honrar os nomes deles", conclui.