Morreu, nesta segunda-feira (11 de novembro), a médium mineira Isabel Salomão de Campos, aos 100 anos. Um dos principais nomes da religião espírita no Brasil, Salomão destacou-se por uma trajetória marcada pela solidariedade, na qual, desde jovem, orientou pessoas carentes e apoiou aqueles com dificuldades emocionais. Ela foi fundadora da Casa do Caminho, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde, ao longo de 60 anos de trabalho, atendeu mais de 180 mil pessoas, segundo seu histórico oficial. A causa da morte não foi divulgada.

Isabel Salomão foi uma das primeiras mulheres a falar sobre espiritismo no país. Nascida em Rochedo de Minas, a médium fazia parte da primeira geração de brasileiros em uma família de imigrantes libaneses e começou a ver espíritos ainda na infância. Aos 14 anos, foi nomeada professora na Escola Rural Mista Bom Jardim, devido à sua habilidade com os alunos. Aos 17, ao se mudar para Juiz de Fora, ouviu falar pela primeira vez sobre espiritismo, por meio do Dr. Vicentino Mazzini.

Ela começou a participar efetivamente das reuniões espíritas, compreendendo, então, que as "visões" e sensações que experimentava desde a infância eram presenças de espíritos. Após ouvir, em uma orientação espiritual, que seria bem-sucedida independentemente da escolha entre profissão e trabalho espiritual, decidiu-se por uma dedicação integral ao espiritismo. Na Casa do Caminho, em Juiz de Fora, atendeu doentes vindos de diferentes lugares do mundo em busca de sua mediunidade de cura.

Uma de suas frases conhecidas é: "O êxito do trabalho cristão repousa no amor e cresce na disciplina". Isabel Salomão teve cinco filhos, onze netos e dois bisnetos. Sua história foi eternizada no livro "Os dois mundos de Isabel", da jornalista Daniela Arbex.

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