O aposentado João Batista Miranda, 62, cresceu em frente a Fazenda Lagoa do Nado, onde hoje fica localizado o parque com o mesmo nome. A mãe dele chegou na região em 1968, quando ele tinha 5 anos. Ao longo do tempo, o aposentado construiu muitas memórias no local e uma forte conexão com o parque. Por isso, ver o rompimento da barragem nesta quarta-feira (13 de novembro) não foi nada fácil.
“A gente foi criado aqui. Desde criança nos estávamos brincando com o caseiro que cuidava da fazenda, que era o nosso amigo. Meus filhos, que hoje tem mais de 30 anos, também brincaram aqui, e eu mesmo ainda uso direto. Ou seja, a gente faz parte do parque. Eu fico muito chateado, porque um parque bonito desse. Todo mundo vem aqui, anda, faz academia, joga bola, anda de skate. E hoje a gente vê uma tristeza dessa”, afirma o morador.
Até a noite desta quarta-feira, o local estava fechado e apenas profissionais autorizados podiam acessá-lo. Por isso, embora more na frente de uma das portarias do parque, assim como outros moradores, João ainda não tem noção dos impactos que o local sofreu. “Eu acho que foi muito estrago. E ver o que aconteceu hoje. Agora, um absurdo isso (o rompimento), isso nunca podia ter acontecido”, destacou.
Para o aposentado, mesmo com os impactos, a Prefeitura e Belo Horizonte precisa cuidar rapidamente e reabrir o local, que tem uma importância muito além de recreativa para a região. “Esse parque aqui é a nossa vida. Sem ele, o Planalto não existe. Esse parque é tudo para nós”, destacou.