Bastaram apenas alguns minutos para que um incêndio destruísse completamente um imóvel onde funcionava uma oficina de reparos de impressoras na rua Hortência, no bairro Esplanada, na região Leste de Belo Horizonte. O fogo começou às 5h44 da manhã desta segunda-feira (4 de novembro) e, em menos de uma hora, causou o colapso do telhado e de parte das paredes. Casos como esse se repetem na região metropolitana de Belo Horizonte, que registra média de quase 30 incêndios em imóveis por semana em 2024. Os dados são do Corpo de Bombeiros, que alertam para os cuidados necessários para evitar que as chamas destruam em minutos edificações construídas ao longo de anos.
Conforme levantamento dos bombeiros, entre janeiro e outubro deste ano, a Grande BH soma mais de 1.150 incêndios em imóveis. Do total, a maior parte ocorre em casas (59%). Na sequência aparecem os estabelecimentos comerciais (28%) e apartamentos (11%). Em Minas, no mesmo período, foram 3.338 ocorrências. Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Henrique Barcellos, as residências são as mais vulneráveis por não terem a exigência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
“As casas têm uma particularidade, não há exigência do AVCB por não ser uma atividade comercial, mas o risco continua existindo porque a segurança depende das boas práticas das pessoas. A ausência do AVCB deixa o local sem proteção direta. Alguns apartamentos têm princípios de incêndio que são contidos porque o condomínio tem algum preparo para incêndios, mas em casa você não dispõe disso”, explica.
Conforme o tenente Barcellos, os incêndios em residências ocorrem principalmente por descuido em relação às fontes de ignição dentro de uma casa. “É muito comum aquelas panelas que deixamos esquecidas, os curtos-circuitos ou vazamento de gás”, pontua. Já em estabelecimentos, as chamas são iniciadas muitas vezes por curtos circuitos. “As principais causas são sobrecarga do sistema elétrico ou falta de direcionamento adequado de quadro de energia”, avalia.
O tenente alerta para os cuidados necessários para evitar que os imóveis sejam alvo do fogo.“Dentro de casa o cuidado principal é evitar sobrecarga em instalação elétrica e jamais fazer gambiarras, sempre optar por consultar profissionais. Também é preciso se certificar ao sair de casa que não deixou panela ao fogo ou gás ligado. Usar sempre botijões de empresas credenciadas”.
Para estabelecimentos comerciais, a regra é manter em dia o AVCB. “Isso porque ele dimensiona as medidas de segurança adequada para aquele estabelecimento, um local que tem público ou trabalha com material inflamável terá medidas mais rigorosas, por exemplo. Mas todos que têm o AVCB terão ao menos o mínimo de cuidados garantidos”, aponta.
O tenente também reforça que em casos de incêndios, a recomendação é sempre acionar o Corpo de Bombeiros, imediatamente, através do 193. “Em caso de confinamento, as pessoas usualmente buscam o banheiro, mas não é um bom local porque a ventilação é prejudicada e a fumaça toma o local facilmente. A dica é buscar áreas abertas, fechar a maior quantidade de portas possível entre você e o incêndio e ventilar as janelas para ter acesso ao oxigênio”, finaliza.
Incêndio em BH
O Corpo de Bombeiros foi acionado na madrugada desta segunda-feira (4 de novembro), por volta das 05h44, para combater incêndio em loja de eletrônicos no bairro Esplanada. No local, os militares verificaram que as chamas se concentravam no segundo pavimento. Os agentes realizaram os trabalhos de combate ao fogo e realizaram o rescaldo.
A Defesa Civil foi acionada para a avaliação dos danos estruturais no imóvel. Durante as vistorias, foram identificadas trincas, rachaduras e um afastamento de aproximadamente três metros nos muros divisórios, evidenciando risco potencial de colapso estrutural em ambos. Somente as áreas danificadas foram isoladas, e os imóveis permanecem liberados para uso.
Segundo o órgão, os responsáveis foram orientados e notificados a manter o isolamento preventivo das áreas afetadas até a implementação das medidas de contenção e recuperação necessárias para mitigar os riscos de desabamento e outros possíveis danos estruturais.