Pessoas que se declaram pardas e pretas representam mais de 78% dos moradores de favelas e comunidades urbanas em Minas. O dado consta no Censo 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (8 de novembro).
Segundo o IBGE, ao avaliar a composição étnico-racial dos moradores de favelas e comunidades urbanas, no comparativo com a população geral, foi identificado que dos 739.932 moradores de favelas em Minas Gerais em 2022, 420.168 (56,78%) se declararam pardos. Na sequência, aparecem pessoas que se consideram brancas, com 160.337 (21,67%), pessoas que se afirmaram pretas, com 157.812 (21,33%), moradores que se reportaram indígenas, com 933, e 638 se declararam amarelas.
Já na população geral, o cenário das pessoas pardas em Minas corresponde a 46,76% - ou seja, 10,02 pontos percentuais a menos do que nas favelas, segundo o IBGE. A população geral do estado é de 11,84% - percentual 1,8 vezes menor do que o encontrado nas
favelas.
Para o IBGE, isso indica a concentração da população que se declara preta em favelas e comunidades urbanas, e a maior frequência dos pardos nesses territórios, além da a menor presença proporcional das pessoas que se consideram brancas nas favelas. "Essas mesmas tendências se verificam em todas as grandes regiões do país", pontuou.
O que são favelas?
Conforme o IBGE, as favelas e comunidades urbanas são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.