A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu o registro do advogado Raul Rodrigues Costa Lages, suspeito de matar Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, de 40 anos, e de atirá-la do oitavo andar de um prédio no bairro São Bento, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em consulta ao sistema da OAB nesta quarta-feira (18 de dezembro), a matrícula do investigado consta como suspensa "em definitivo".

Carolina foi encontrada sem vida em junho de 2022. Inicialmente, a morte foi tratada como uma queda do oitavo andar do prédio e, portanto, como um caso de autoextermínio. No entanto, a investigação da Polícia Civil trouxe uma reviravolta divulgada em novembro deste ano. Segundo o inquérito policial, o principal suspeito é o advogado e então namorado da vítima.

Os investigadores concluíram que Carolina, também advogada, foi assassinada por Raul Lages. Ele teria deixado a vítima desacordada, cortado a tela de proteção da varanda do imóvel e jogado o corpo dela do oitavo andar. De acordo com o inquérito, não foi possível determinar se a vítima já estava morta no momento em que foi arremessada.

O advogado teria, ainda, limpado o apartamento antes de sair do local. Em entrevista ao jornal O TEMPO em novembro, o irmão da vítima, Demian Magalhães, afirmou que suspeitava do namorado de Carolina desde o início. "O relacionamento dos dois era complicado. Eles já tinham terminado inúmeras vezes, mas ele não aceitava. Perseguia ela de carro pela cidade. Desde o começo, ele interferiu nas investigações. Ele é estranho", relatou Demian.

A Justiça aceitou a denúncia contra o suspeito, tornando-o réu por homicídio triplamente qualificado, incluindo a tipificação de feminicídio. A data do julgamento ainda não foi divulgada. Carolina deixou dois filhos, hoje com 22 e 24 anos.