A mineira Carolina Arruda, 27 anos, que convive há 11 anos com neuralgia do trigêmeo, uma condição que provoca dores consideradas “as piores do mundo”, surgiu em vídeo nesta terça-feira (19/8) após despertar de um coma induzido. O procedimento foi realizado na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais, na tentativa de aliviar o sofrimento contínuo causado pela doença.
Em seu perfil no Instagram, Carolina relatou que acordou sem voz devido ao tubo usado no procedimento e ainda sentindo muita dor. “Eu ainda estou sem voz porque fiquei muitos dias entubada, e o tubo machuca a garganta, então estou rouca. Estou bem, mas estou com dor”, disse. A paciente ficou entubada, sedada e mantida por aparelhos por cerca de cinco dias, em uma medida que buscava “desligar” e “reiniciar” o cérebro, na esperança de reduzir as crises provocadas pela neuralgia.
Carolina avaliou que a dor continua a mesma que sentia antes da intervenção, ressaltando que ainda não é possível avaliar os efeitos do procedimento. “Não sei se o resultado da cirurgia era para ser imediato ou se leva algum tempo. Até agora estou com a mesma dor. Não piorou, não melhorou, está igual. Estou com falta de ar, por isso estou com oxigênio. Tentei colocar a máscara ontem, mas a pressão foi muito forte e quase morri de dor. Foi terrível, não dei conta. Eu gritava e chorava, não consegui ficar com a máscara nenhum segundo”, contou.
No post, Carolina ainda informou que ficará alguns dias fora das redes sociais para se recuperar completamente.
O que é neuralgia do trigêmeo?
De acordo com informações do Hospital Albert Einstein, a neuralgia do trigêmeo provoca uma dor intensa na região do rosto, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável pelas sensações táteis, térmicas e dolorosas da face. A dor pode ocorrer diversas vezes ao dia, com intervalos irregulares.
A condição é considerada uma das mais raras e cruéis do mundo. A literatura médica aponta que menos de 0,3% da população sofre com a enfermidade. No caso de Carolina, a dor atinge os dois lados do rosto, em forma de pontadas ou choques, quadro ainda mais raro. Ao longo dos anos, a estudante já passou por seis cirurgias, consultou-se com 70 médicos e testou mais de 50 medicamentos.