Um grupo de moradores de bairros da região Noroeste de Belo Horizonte vai se reunir em um protesto pela internação compulsória da mulher que foi gravada empurrando crianças e mulheres nas ruas do Padre Eustáquio. A comunidade diz querer tratamento para a paciente, que está internada em um Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM) da capital, além de “tranquilidade e sossego aos moradores”. A manifestação está marcada para ocorrer em frente à sede do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nessa terça-feira (28 de maio), para chamar atenção sobre o caso. 

De acordo com uma das moradoras, o grupo está agindo “pacificamente”. Um advogado tomou à frente das demandas e está oficializando ao menos quatro denúncias de agressões que a paciente teria cometido ao MPMG. O medo compartilhado entre a vizinhança é de que a mulher seja liberada do CERSAM e volte a circular pelos bairros da região Noroeste de BH. 

“Isso não pode cair no esquecimento. Se ela volta para as ruas, todo mundo corre o risco, porque ela está fora de si, precisa de tratamento. Infelizmente, ela está doente”, desabafa a moradora. Sobre as suspeitas de um “linchamento”, ela nega. “Sou uma pessoa muito religiosa, gosto de ajudar todo mundo”, continua.  

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou, nesta segunda (27), que a paciente continua internada no CERSAM. Não foi divulgada nenhuma expectativa da sua liberação. Nesta terça, completará uma semana que ela está internada. O tratamento da paciente não é compulsório, ou seja, a prefeitura não pode obrigá-la a se internar. Isso motivou os moradores a marcarem o protesto. 

Relembre o caso 

A mulher foi flagrada em vídeos empurrando pessoas aleatoriamente em ruas de bairros da região Noroeste de Belo Horizonte. A suspeita é que ela estaria em surto no momento dos ataques. Há relatos parecidos em bairros como Padre Eustáquio, Carlos Prates e Caiçaras. 

Nas imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver pelo menos dois dos casos. Em um deles, uma senhora caminha pelo passeio e é empurrada do nada, caindo quase sob a roda de um veículo que passava pelo local. Na segunda imagem, uma jovem é atacada e perseguida pela paciente.