Uma bebê recém-nascida que apresentou lesões na pele após o primeiro banho em um hospital de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, no último domingo (22 de junho), foi internada no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, nessa quarta-feira (25). Em nota, a Fundação Hospital do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que a criança está "recebendo toda a assistência necessária ao seu caso". Porém, a direção do João XXIII reforçou que não pode entrar em detalhes sobre o estado de saúde da bebê, por causa do sigilo do prontuário médico e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Caso está sob investigação do Ministério Público do Acre

O Ministério Público do Acre (MPAC) está investigando o caso. De acordo com o órgão, a família relatou que a bebê, que nasceu no sábado (21), teria sofrido as lesões por conta da água quente do banho. Porém, o MPAC apontou que a equipe médica, por sua vez, informou que a criança apresenta suspeita de epidermólise bolhosa — uma doença rara de origem genética, que provoca fragilidade da pele e formação de bolhas semelhantes a queimaduras.

Pela gravidade da situação e a necessidade de esclarecimento dos fatos, o promotor de Justiça do MPAC André Pinho notificou a unidade hospitalar e a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e solicitou informações detalhadas sobre o caso.

O órgão também requisitou ao hospital o prontuário médico completo da bebê, o que inclui:

  • Registros de enfermagem e identificação de todos os profissionais envolvidos no atendimento;
  • Os protocolos operacionais adotados para o banho e higienização de recém-nascidos, com especificação dos controles de temperatura da água e equipamentos utilizados; 
  • Um relatório circunstanciado com a sequência dos fatos, medidas assistenciais adotadas e providências administrativas tomadas pela direção da unidade.

À Sesacre, o MPAC solicitou:

  • O detalhamento dos exames diagnósticos em andamento, identificação dos profissionais responsáveis e critérios técnicos utilizados para diferenciar entre epidermólise bolhosa e possíveis lesões provocadas por procedimentos inadequados;
  • Informações sobre providências administrativas adotadas para apuração do caso; 
  • O plano de acompanhamento à criança e à família, contemplando suporte psicológico, social e médico.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Acre para esclarecimentos e aguarda retorno.