De janeiro a maio deste ano, a capital mineira registrou 139 homicídios, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O número é 28,7% maior que o computado no mesmo período de 2023, quando 108 pessoas foram mortas na cidade.

Um dos crimes que mais chamaram a atenção dos belo-horizontinos pela frieza e crueldade de seu autor foi o assassinato de um funcionário de uma concessionária, de 65 anos. No dia 28 de maio, o idoso trabalhava normalmente quando Marcelo Lima de Barros, de 57 anos, entrou na loja no bairro Liberdade, na região da Pampulha. Ele sacou uma arma e atirou cinco vezes contra a vítima, que morreu na hora.

A ação foi filmada pelas câmeras de vigilância da concessionária, e Barros acabou preso. Ele confessou à polícia ter cometido o crime por um desacerto comercial. O autor alegou que, em 2022, levou seu carro para fazer um reparo pelo qual teria pagado R$ 3.000. Ele foi atendido pela vítima, mas o veículo voltou com o mesmo problema.

Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) e professora do Departamento de Sociologia da UFMG, acredita que a quantidade de crimes com tamanha crueldade assusta as pessoas, que passam a viver tomadas pelo medo e, por isso, até mudam suas rotinas.

“Há pesquisas e estudos que apontam que, quanto mais as pessoas recebem notícias de crime e violência, mais elas sentem medo. Com a presença das redes sociais, a população se informa muito mais e com mais velocidade”, explicou.

A reportagem do Super foi às ruas e perguntou para as pessoas se elas estão se sentindo menos seguras em Belo Horizonte e também na região metropolitana.

"“É preciso falar o que acontece, mas infelizmente só têm acontecido coisas ruins. E a gente passa a ficar ainda mais inseguro. Ninguém sabe o que vai acontecer. Eu posso ser o próximo", disse Marcos Vinícius, garçom, de 22 anos.

“Tantos crimes me preocupam bastante, porque a gente tem uma sensação de insegurança. A cada dia que passa as pessoas estão com mais medo de sair de casa", comentou Camila Ingrid, operadora de logística, de 24 anos.

Plataforma facilita acionamento das forças de segurança

Para facilitar que a população tenha acesso às forças de segurança, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) desenvolveu e lançou em novembro de 2023 o programa Emergência MG, que possibilita o acionamento das polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros pela internet.

O acionamento do Emergência MG pode ser feito no site www.emergencia.mg.gov.br, no MG App ou pelo aplicativo de mensagens Telegram – basta fazer a busca pelo nome do serviço.

Nesta sexta-feira (28), a Sejusp anunciou a expansão da plataforma, que agora atendem 61 cidades de Minas Gerais, alcançando 6 milhões de pessoas no Estado.

A reportagem do Super solicitou um levantamento do número de atendimentos realizados por meio da plataforma, mas a secretaria disse que precisaria de mais tempo para levantar os dados.

Lista de municípios atendidos pelo Emergência MG até o dia 28/06:

Araçaí, Baldim, Belo Horizonte, Betim, Bonfim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Caeté, Capim Branco, Carmo do Cajuru, Cláudio, Conceição do Mato Dentro, Confins, Congonhas do Norte, Contagem, Cordisburgo, Crucilândia, Diogo de Vasconcelos, Divinópolis, Esmeraldas, Fortuna de Minas, Florestal, Funilândia, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Itabirito, Itaguara, Jaboticatubas, Jequitibá, Juatuba, Lagoa Santa, Mariana, Mario Campos, Matozinhos, Mateus Leme, Moeda, Morro do Pilar, Nova Lima, Nova União, Ouro Preto, Paraopeba, Pedro Leopoldo, Piedade das Gerais, Prudente de Morais, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Manso, Sabará, Santa do Riacho, Santa Luzia, Santana de Pirapama, São Gonçalo do Pará, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo, Sete Lagoas, Taquaruçu de Minas e Vespasiano.

Assassinatos que chocaram MG

Homicídio em concessionária

Morte em campo de futebol
Editoria de Arte / O Tempo