Neste domingo, dia 11 de agosto, é celebrado o Dia dos Pais. Data que marca não só um momento comercial importante do ano, como também um dia de conexão entre pais e filhos. E descobrir como criar uma relação forte e saudável com os filhos é um dos grandes desafios da paternidade.
Construir essa relação é o que o colorista automotivo Helbert Xavier Marques de Oliveira, 28, vem tentando fazer há dois meses com a filha Kimberly Vitória Ferraz, de 7 anos, depois que a criança mudou-se para a casa dele. Morar com o pai depois de sete anos vivendo com a mãe foi uma escolha de Kimberly. Helbert explica que sua ex esposa engravidou recentemente e a filha decidiu morar com o pai. “Estou tentando recuperar o tempo que perdi e correr atrás de fazer o melhor para ela”, explica.
A forma encontrada para se conectar com a filha foi passando um tempo de qualidade com ela, seja fazendo rápidos passeios em praças, ou nas idas à igreja. “A gente é muito caseiro, ela gosta mais que a gente fique em casa. Mas no domingo, a gente costuma ir à igreja. Quando eu não levo, minha mãe leva”, comenta.
Tempo de qualidade é o que Marco Túlio Braga Figueiredo também buscar para criar uma conexão com seu filho Conrado, de 7 anos. “Como não estou presente na rotina do dia a dia dele, na medida do possível, sempre tento reservar um tempo para que a gente possa fazer o máximo de coisas juntos, porque eu acho que são essas lembranças que vão ficar para os dois”, ressalta.
O fotógrafo Gabriel Cabral, 34, conta que nunca sonhou em se casar, mas que sempre teve o desejo de ser pai. Sonho que se realizou há 2 anos, quando seu filho Zig chegou ao mundo. Embora ache a paternidade um processo desafiador, para se conectar com o filho e fortalecer essa relação desde cedo, estar atento ao que o filho gosta e participar das brincadeiras é o caminho que Gabriel encontrou.
“Eu busco estar atento aos interesses dele, estimular e também buscar ter contato com esses universos, mesmo que às vezes não sejam do meu interesse pessoal. Mas eu busco estar ali do lado, apresentar também as coisas que me interessam. Acho que a gente se conecta muito nessa descoberta do mundo. Seja ele se aproximando do meu, ou eu redescobrindo as coisas que eu também já conheço, mas agora de uma nova perspectiva, junto com meu filho”, explica o fotógrafo.
Ser pai é retornar a infância
Para Gabriel, descobrir novas coisas é um dos sentimentos mais presentes na sua jornada como pai. “A paternidade tem sido uma descoberta de mim mesmo e um retorno a minha infância em vários sentidos”, afirma.
“É um desafio enorme por um lado, porque a gente tem uma transformação por semana, por dia ou por período do dia. E, ao mesmo tempo, é surpreendente. É uma alegria, um amor. Uma descoberta em conjunto”, destaca.
Segundo o fotógrafo, a paternidade não vem com um manual, e mesmo que a pessoa estude e se prepare, ela jamais estará 100% pronta para o que a vida traz junto a chegada de um filho.
“Eu falo para os amigos que querem ser pais que, por mais que exista um esforço ativo de estudar, entender sobre a paternidade, eles não vão estar preparados. Porque só a realidade e a vida cotidiana é que vai mostrar. É uma aventura muito interessante e que, pessoalmente, eu tenho entendido que o quão mais leve a gente puder levar essa experiência, melhor vai ser essa relação e as coisas vão se dar”, comenta.
A paternidade trouxe a vida de Gabriel não só uma nova rotina, mas também uma desconstrução dele como adulto, e uma nova forma de ver o mundo. “ A gente tem que aprender e reaprender a ter uma perspectiva infantil ou juvenil. Uma perspectiva também leve para viver, para ser um pouco menos automático, um pouco menos imediatista. E, por outro lado, um pouco mais atento a pequenezas e coisas simples, que também são muito potentes e muito transformadoras”, afirma.