O encerramento dos atendimentos ambulatoriais de mastologia na Maternidade Odete Valadares (MOV) foi anunciado nesta quarta-feira (21 de agosto), mas, segundo uma paciente da unidade, a falta de informação ainda impera. Embora a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) garanta que o serviço será redistribuído para outras unidades de saúde de Belo Horizonte, a psicóloga Patrícia Silva, de 44 anos, ainda não sabe para onde irá.

“Eu soube do encerramento dos atendimentos na hora em que estava na consulta. O médico me entregou os papéis e disse que era para eu entregar no posto de saúde, para eles decidirem como vai ser feito a partir de agora”, relata ela. “Fui até a secretaria da unidade e me falaram a mesma coisa. Ou seja, nem eles mesmos estão sabendo direito como será”, diz.

De acordo com Patricia, o sentimento é de frustração. “Eu me senti muito frustrada com a forma que isso está sendo feito. O usuário fica em total vulnerabilidade, chega para consulta e só ouve que é o último dia. Sempre fui muito bem atendida no Odete Valadares e fiquei frustrada com a situação”, afirma.

Leia nota da Fhemig na íntegra

A direção da Maternidade Odete Valadares informa que, segundo o fluxo do Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes com necessidade de acompanhamento ambulatorial são encaminhados para os serviços conveniados à atenção básica. As pacientes do ambulatório de mastologia são orientadas a procurar o centro de saúde mais próximo de sua residência, serem acolhidas na equipe de referência e, diante do laudo existente, o médico generalista encaminha a paciente para o agendamento da consulta na rede municipal. A paciente entra na regulação e recebe informações por telefone sobre a data de sua consulta.

A equipe do ambulatório também encaminhará à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte a identificação completa da paciente para que a central de regulação faça contato e agende a próxima consulta.

Entenda

Os atendimentos ambulatoriais de mastologia da Maternidade Odete Valadares (MOV) não serão mais realizados a partir do fim de outubro. De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), o serviço será redistribuído para outras unidades de saúde de Belo Horizonte. Os demais atendimentos ambulatoriais seguirão normalmente.

Conforme o órgão, a mudança ocorre para reforçar o perfil assistencial da Maternidade Odete Valadares, especializada em gestações de alto risco e neonatologia. A unidade oferece cirurgias ginecológicas, leitos de CTI Neonatal e Adulto, serviço de medicina fetal, pronto-atendimento, banco de leite, além dos ambulatórios de ginecologia, obstetrícia, atendimento a vítimas de violência sexual, entre outros.

A fundação afirma que a decisão do redirecionamento do serviço de mastologia ocorreu em acordo com o gestor municipal de saúde, uma vez que a unidade é prestadora de serviços pactuados de acordo com o fluxo do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Fhemig ainda ressalta que todo o processo está sendo conduzido de maneira gradual, para não trazer impacto a quem já faz acompanhamento de mastologia da Maternidade Odete Valadares.

As pacientes começaram a ser orientadas nessa quarta-feira (21 de agosto). A previsão é que até o fim de outubro, todas já tenham sido direcionadas para outros serviços em Belo Horizonte, “onde poderão continuar habitualmente seus acompanhamentos ambulatoriais, sem prejuízo ao tratamento”, garante a fundação.