O Colégio Santo Agostinho, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, foi notificado pela prefeitura para esclarecer uma denúncia de bullying contra um aluno da instituição. O município, que informou sobre a notificação nesta segunda-feira (16 de setembro), também pediu a identificação dos envolvidos e dos respectivos responsáveis. A denúncia veio a público na semana passada e está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar.

Segundo a instituição de ensino, entre as medidas adotadas após o caso está uma reunião com os pais, realizada ainda na quinta-feira passada (12 de setembro). Na ocasião, “foram apresentadas as apurações realizadas até o momento e as medidas adotadas”, informou o colégio.

O colégio também informou que “segue acolhendo as famílias e estudantes e fornecendo as informações necessárias às autoridades competentes”. Além disso, reforçou que “não compactua com nenhum tipo de violência” e que “conta com áreas dedicadas a atividades que trabalham o diálogo e o respeito entre os membros da comunidade escolar”.

Relembre o caso

O Conselho Tutelar de Belo Horizonte está acompanhando a denúncia de agressões e bullying feita pelos pais de um aluno de 9 anos da unidade central do Colégio Santo Agostinho. Por conta das supostas violências sofridas, a criança teria que passar por uma cirurgia, conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil.

Em nota, a escola alegou que foi promovida a verificação de todas as câmeras de segurança e que as crianças envolvidas foram ouvidas, não sendo constatada "nenhuma ação que viole a integridade física e corporal de qualquer criança". A mãe da criança contratou um advogado para atuar no caso, conforme informações da Defensoria Pública.

A equipe de O TEMPO teve acesso ao boletim de ocorrência, registrado na quarta-feira (11). A Polícia Civil informou que não tem atribuição para atuar no caso, considerando que o fato envolve crianças de apenas 9 anos. Com a ocorrência registrada na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), os responsáveis foram orientados a acionar o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Defensoria Pública Especializada dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes de Belo Horizonte para intervenção na seara cível ou administrativa, no que couber.

A PCMG informa ainda que atua preventivamente nas escolas por meio de palestras sobre bullying e ciberbullying para estudantes da rede pública e particular de ensino.

A denúncia

Desde a última quarta-feira (11 de setembro), começou a circular nas redes sociais, entre pais de alunos da instituição de ensino, uma mensagem que trazia detalhes sobre as supostas agressões sofridas. No texto, a pessoa que seria a mãe do garoto agredido afirma que, desde o início do ano, um grupo de quatro alunos estaria assediando outras crianças.

A denúncia relata que o grupo de alunos estaria se juntando e desferindo chutes e joelhadas nas partes íntimas dos colegas. A mulher afirma ainda que, recentemente, o filho foi ao pediatra, onde foi constatado que um dos testículos dele teria subido para a região inguinal.

Foi somente na última sexta-feira (6) que a mulher teria descoberto as supostas agressões. A situação teria sido mantida em segredo, inclusive pela criança. No dia, a mãe teria chegado para buscar o garoto e o encontrado chorando, momento em que ele teria revelado que levou chutes e joelhadas.

No boletim de ocorrência, os pais informaram que outras crianças também sofreram o mesmo tipo de agressão.