Após 346 dias de espera, a população de Belo Horizonte pôde, finalmente, matar a saudade da Praça da Estação. Fechada desde 18 de outubro de 2023 para obras de revitalização, o local foi reaberto na manhã desta quinta-feira (26), às 9h. Os frequentadores da região aprovaram a reforma, que custou R$ 8,1 milhões dos cofres municipais.

O investimento foi destinado à renovação do piso da praça, agora nas cores cinza e vermelho, à instalação de lixeiras e novos bancos. A iluminação também foi aprimorada, e as famosas fontes da praça foram restauradas.

Segundo o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, os trabalhos priorizaram a preservação dos aspectos históricos da praça, que é um patrimônio tombado pela Fundação Municipal de Cultura. "Foi um projeto muito desafiador, pois não podíamos realizar nada que comprometesse o patrimônio. Todos os detalhes foram rigorosamente acompanhados pela Fundação Municipal de Cultura e pelo Iepha", explicou.

Castilho destacou o sistema de drenagem das fontes como a principal melhoria da reforma. Além disso, balizadores foram instalados para impedir a entrada de veículos no local. "Antes, muitos carros circulavam aqui, mas agora isso não é mais possível, pois essas balizas de aço inoxidável protegem o espaço", afirmou.

Ainda na manhã desta quinta-feira (26), já era possível ver cidadãos aproveitando o espaço renovado. Entre eles estava a estudante Jéssica Emiley, de 26 anos, que relaxava ao sol em frente à estátua. Moradora de Itabira, Jéssica mantém uma relação próxima com a praça e aprovou a reforma.

"Eu venho aqui três vezes por semana. O paisagismo é muito agradável e é um lugar tranquilo, familiar. As pessoas precisavam dessa reforma para o lazer de crianças, adultos e idosos que frequentam o local. A reforma foi necessária, e agora está muito melhor", comemorou a jovem, destacando os detalhes que mais lhe agradaram.

"As luzes, o piso, a fonte luminosa, tudo foi melhorado. A iluminação ficou muito bonita, as estátuas foram restauradas e o museu está incrível. Só convido todo mundo a vir conhecer", afirmou.

Tiago Dias Alves, de 40 anos, que trabalha com manutenção de bancos, frequenta a Praça da Estação desde criança e confessou que já estava com saudades do local, onde costumava se refrescar na fonte e assistir a eventos culturais. Para ele, a reforma tem um caráter histórico.

"Para quem é belo-horizontino como eu, isso aqui é um ícone: o museu, a água, os coqueiros. Aqui aconteciam shows e peças de teatro ao ar livre. Agora, a praça está mais bem cuidada e patrulhada, melhor do que antes. Havia muitos acidentes, pois as placas do chão se soltavam e as pessoas caíam e se machucavam. Eles tiveram o cuidado de resolver isso. Melhorou muito", celebrou.

Entre as novidades, Tiago ficou especialmente encantado com a iluminação da praça e das fontes, que presenciou durante os testes realizados na noite de quarta-feira (25). "Ficou a coisa mais linda do mundo, é uma sensação maravilhosa. A iluminação cobre toda a praça. Quando acenderam todas as luzes, achei que era apenas um refletor da obra, mas depois começou a mudar de cor, a fonte também mudou, ficou mais chamativa. Quem passar por aqui à noite vai se surpreender", comentou.

Quem trabalha na região também demonstrou satisfação com a reforma. Sérgio Fausto, de 64 anos, que há 53 anos vende em frente à praça, relembra o estado anterior do local.

"Acho que ficou melhor, mais bonito. Colocaram bancos de aço inoxidável. Antes, estava mal cuidada, tudo quebrado e quase nada funcionava. Não havia nem lixeiras, e agora temos várias", relatou.

Ricardo Martins, de 53 anos, vendedor em um bar ao lado da praça, também considerou a reforma necessária. "Estava tudo quebrado, o chafariz não funcionava, e agora está funcionando", afirmou. Ele espera que a reforma contribua para uma melhora no movimento do bar.

"É difícil prever quanto o movimento pode melhorar, mas certamente espero um aumento. O comércio aqui estava meio fraco", concluiu.