O ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, oficializou, nesta segunda-feira (9), que a Central de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (Ceasa Minas) foi retirada do Programa Nacional de Desestatização (PND). O comunicado foi feito presencialmente na Sede da Ceasa Minas, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Vale lembrar que, a notícia já havia sido divulgada nas redes sociais do próprio ministro desde o dia 28 de agosto. 

De acordo com Paulo Teixeira, com a retirada do programa, a Ceasa Minas será inserida em um novo projeto - no Plano Safra da Agricultura Familiar, que será conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 “Enquanto o Ceasa estava no PND não podíamos fazer nenhum investimento. Agora, vamos discutir um plano de investimentos para melhorar a instalação, logística, qualidade do manuseio dos produtos e ainda pensar em como podemos apoiar o agricultor. Uma reivindicação da categoria é o acesso ao crédito ", explicou o ministro. 

Para evitar desperdícios 

Ainda conforme o ministro, os agricultores também serão ensinados a manusear de forma mais estratégica os alimentos. Desse modo, a produção alimentícia brasileira vai passar a ser mais eficiente e sem desperdícios.

"Vamos ainda ajudar o agricultor a manusear melhor os seus produtos. Há muita perda no Brasil e desperdício de alimentos por conta do manejo indevido desde a produção até o consumo dos alimentos. Também vamos transformar o banco de alimentos. Os produtos doados podem ser processados, transformados em sopas ou polpas de suco congeladas", avaliou Paulo Teixeira. 


 Estratégias para sair do 'Mapa da fome'

O ministro também pontuou que para garantir que os brasileiros, principalmente aqueles que ganham um salário mínimo, tenham acesso diário à 'mesa farta' o governo pretende aumentar a produção alimentícia e diminuir os preços dos produtos.

A medida se dá após  levantamentos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) que apontou que o Brasil havia saído do 'Mapa da Fome' em 2014 e sustentava a posição até 2018.  Contudo, em 2022, o país voltou ao mapa e ainda não saiu. Isso quer dizer que o percentual de brasileiros que não têm certeza de quando vão fazer a próxima refeição está acima da média mundial.

"Pegamos um país com 33 milhões de pessoas no Mapa da Fome. Até agora, 24 milhões de pessoas já foram retiradas do mapa. A intenção é de que em 2026 ninguém faça parte desse mapa. Vamos acelerar para diminuir o preço do alimento. Vamos produzir mais alimentos da cultura alimentar do povo brasileiro.  Nesse momento, o nosso grande investimento será na produção de arroz. Por isso, vamos ampliar a produção desse alimento para todo o país. Minas Gerais, inclusive, vai receber investimentos fortes para a produção de arroz", destacou.