Um soldado da Polícia Militar (PM), suspeito de matar dois irmãos durante uma cavalgada no povoado de São José, em Esmeraldas, na Grande BH, em março de 2024, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). De acordo com o órgão, o suspeito do crime responderá por duplo homicídio qualificado, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito.
Como foi o caso?
As investigações do MPMG apontaram que os disparos foram efetuados durante uma briga em um evento relacionado a policiais miltares. Os irmãos, de 27 e 29 anos, foram atingidos na frente das esposas e filhos e levados pela viatura da Polícia Militar sem os cuidados necessários. Conforme a denúncia, um deles chegou a bater a cabeça no chão enquanto era carregado e morreu a caminho do hospital, enquanto o outro morreu após ser hospitalizado.
O que diz a PM?
Na época, a PM elogiou a atitude do soldado, "já que um dos irmãos golpeou um sargento no pescoço com um canivete". Segundo a corporação, um dos irmãos partiu para cima do sargento, no momento em que o policial tentava separar uma briga.
Enquanto tentava neutralizar esse primeiro homem, o sargento foi atingido no pescoço com o canivete pelo segundo irmão. Diante da agressão, conforme a PMMG, o soldado atirou. Segundos depois, de acordo com a corporação, o primeiro irmão, que se envolveu inicialmente na confusão, teria tentado pegar a arma do sargento ferido. Nesse momento, o soldado atirou pela segunda vez.
“Diante a agressão, houve a necessidade de uso de técnicas de imobilização e de força, momento no qual outros transeuntes ali presentes investiram com violência contra os militares, levando-os ao solo, tentando retirar a arma da cintura de um dos militares. Em virtude das agressões e dos riscos decorrentes da possível subtração da arma de fogo e para resguardar a vida dos policiais militares e demais cidadãos ali presentes, para repelir a injusta agressão foi necessário o uso de força progressiva. Dois autores foram alvejados e, imediatamente, socorridos ao hospital de Esmeraldas, onde foram a óbito. A PMMG informa, ainda, que todas as medidas de Polícia Judiciária Militar foram adotadas e que a instituição acompanha o caso”, disse a PM em nota.
Indenização
O MPMG ainda requereu a condenação do policial militar ao pagamento de R$ 200 mil aos familiares das vítimas, a título de dano moral e de custeio dos gastos com deslocamento, velório e funeral.