A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou a transferência de cirurgias ortopédicas antes realizadas no Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para outras unidades da Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig). Nesta quarta-feira (10/9), durante o aniversário de 65 anos do Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, o estado anunciou que a unidade passará a realizar procedimentos ortopédicos, função em que o HMAL era referência. Além disso, o governo planeja reabrir, em 23 de setembro, o bloco cirúrgico do Hospital Cristiano Machado, em Sabará, na Região Metropolitana, também para a realização de procedimentos de ortopedia. A unidade está fechada há anos.

A movimentação de salas cirúrgicas é um esforço da Fhemig para cumprir a determinação do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), dessa terça-feira (9/9), que decidiu que a entrega da gestão do Amélia Lins a um consórcio público ou a uma entidade privada sem fins lucrativos — projeto do governo de Minas para a unidade — está condicionada à abertura de seis salas cirúrgicas na rede SUS da Grande BH. O objetivo é reduzir o prejuízo assistencial aos pacientes com traumas após o fechamento do bloco operatório no HMAL, situação que se arrasta desde o final do ano passado.

O Júlia Kubitschek abriu duas salas cirúrgicas para a linha de cuidado ortopédico, e os cirurgiões virão do Complexo Hospitalar de Urgência da Fhemig. A unidade também vai herdar o Serviço de Residência Médica de Ortopedia e Cirurgia da mão, antes realizado no HMAL.

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Conforme o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, ao todo, o Hospital Júlia Kubitschek conta com sete salas cirúrgicas em bloco inaugurado em 2023 e, na tarde desta quarta-feira (10/9), já iniciou procedimentos de ombro. Além disso, serão abertas mais duas salas no Hospital João XXIII e outras duas no Hospital Cristiano Machado, em Sabará, cujo bloco cirúrgico está fechado há anos e será reativado.

Baccheretti afirma que a abertura de salas cirúrgicas em outros hospitais, determinada pelo TCE-MG, vai melhorar a assistência aos casos ortopédicos de urgência e eletivos. Ele admitiu que houve dificuldades após o fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins. "No momento de alta de cirurgias de urgência, quando tivemos mais acidentes, mais traumas, as cirurgias programadas entravam em segundo plano, e tivemos cancelamentos. Por isso, as cirurgias complexas vieram para o Júlia Kubitschek, para ficarmos menos dependentes ou menos vulneráveis às urgências imprevisíveis", afirmou o secretário.

Um exemplo aconteceu no final de janeiro deste ano, quando a sobrecarga da fila de urgências do SUS fez a prefeitura de Belo Horizonte suspender cirurgias ortopédicas eletivas. 

Estado tem 30 dias para concluir novas instalações 

A decisão do TCE-MG determina a abertura das salas cirúrgicas da rede Fhemig em até 30 dias. No total, elas deverão realizar pelo menos 300 procedimentos por mês. Além disso, a Corte de Contas solicitou outros ajustes ao edital de seleção e, após o prazo, será feita nova avaliação sobre o processo.

Sobre o assunto, o secretário Fábio Baccheretti garantiu que a determinação será cumprida no prazo. “O Hospital de Sabará, hoje voltado a cuidados prolongados, já realiza cirurgias de menor porte e tem capacidade para procedimentos complexos. A partir deste mês, passará a assumir as cirurgias ortopédicas. No Júlia, isso já está acontecendo, e no João XXIII também. Então, é possível”, afirmou.

Segundo o governo estadual, os pacientes ortopédicos serão encaminhados aos hospitais pela regulação municipal do SUS.