O vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo), afirmou que é preciso "prender" quem construiu a Cidade Administrativa e disse que a obra foi executada de forma "porca". A declaração foi dada após o temporal que provocou goteiras nos prédios, inundação do estacionamento e até arrancou janelas nesta quarta-feira (29 de janeiro). O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido de Aécio Neves, que era governador do estado na época da construção, se manifestou (veja abaixo).

"Os governos do passado resolveram construir em cima de um brejo. Ótimo lugar para se construir uma edificação. Temos vários problemas construtivos e já temos investigações sobre isso. Há problemas com elevadores, subsolos que inundam", elencou o vice.  

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De forma irônica, Professor Mateus parabenizou "aqueles que tiveram o conceito e aqueles que porcamente executaram" a obra. Ele destacou que, todos os anos, o governo tem prejuízos com os reparos que precisam ser executados. "Temos ações contra as construtoras e esperamos que, em algum momento, a Justiça se sensibilize para a necessidade de prender os responsáveis pela execução desse despautério que é a Cidade Administrativa".  

Medidas de segurança estão sendo tomadas no prédio, como pontuado pelo vice-governador, tanto que não houve feridos. "A obra está aqui, e é aqui que a gente trabalha. Temos que conviver. Vamos fazer uma análise para entender o que aconteceu".  

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"A gente precisa de um pouco mais de responsabilidade para tratar o dinheiro público: onde fazer um prédio, a técnica a ser empregada e a fiscalização das empresas que constroem. De uma forma pouco responsável, como claramente foi feita a Cidade Administrativa há três, quatro gestões atrás", concluiu.

Posicionamento

Em nota, o PSDB, partido que estava à frente do governo do Estado na época da construção, afirmou que "a Cidade Administrativa foi inaugurada há 15 anos e, como quaisquer outros prédios públicos, precisa de uma correta manutenção, o que é responsabilidade das autoridades competentes".

"O vice-governador, talvez por sua inexperiência política e de gestão, insiste em grosserias verbais para tentar criar uma cortina de fumaça que esconda a falta de manutenção dos prédios públicos do Estado, como, por exemplo, o Hospital do Ipsemg, cuja situação está demonstrada pela imprensa", afirmou em um dos trechos. 

"Ele faria melhor se fizesse sua obrigação e resolvesse os problemas de manutenção que, eventualmente, possam existir em todas as edificações públicas sob sua responsabilidade, ao invés de simplesmente usar a questão como plataforma para falas de conteúdo político eleitoral. A atividade política exige, se não competência, pelo menos civilidade", complementou.