Usuários da estação de metrô Calafate, na região Oeste de Belo Horizonte, devem ficar atentos. O acesso e saída do terminal pela avenida Guaratan, agora, ocorrem por uma escada improvisada. Isso porque a passarela em formato de caracol está sendo demolida. A Metrô BH não informou quando a demolição será finalizada. 

Conforme a Metrô BH, administradora do modal, os trabalhos fazem parte do processo de modernização dos acessos à Linha 1 do metrô. "As obras incluem melhorias de iluminação, piso, pintura e acessibilidade, com a construção de novas escadas fixas, instalação de elevadores e implantação de rampas que atendem as primícias das normas em vigor", explicou a empresa, em nota.  

No caso da estação Calafate, segundo a concessionária, serão construídas uma nova passarela e uma nova escada. Para pessoas com mobilidade limitada, como cadeirantes, há um carro adaptado para conduzir estes usuários para a outra entrada da estação, pela avenida Tereza Cristina. O serviço fica disponível durante todo o horário de funcionamento do metrô, de 5h15 às 23h. 

As obras no local estão previstas para ficarem totalmente prontas em março de 2025.  

Usuários reclamam de dificuldades no acesso 

Há 20 anos, o auxiliar de limpeza José Pedro, de 73 anos, utiliza a estação Calafate para se deslocar entre o lar e o trabalho. Apesar de entender as obras de revitalização como necessárias, o usuário critica a escada providenciada para o período sem a passarela fixa.

"Ela é muito estreita e apertada. Para pessoas de idade, idosos, por exemplo, é um perigo. Podiam ter feito uma coisa mais suave, principalmente para pessoas de idade, crianças", opina o usuário. Com as obras, para ter mais facilidade, José vai passar a utilizar outra estação como ponto de embarque e desembarque. “Vou passar a usar a estação Carlos Prates, para ficar mais fácil. Depois das obras, volto para cá”, resume. 

Quem também está pensando em deixar de usar a estação Calafate é a diarista Ernestina Silva Leite, de 50 anos. De segunda a sexta, a mulher usa o metrô para se deslocar para o bairro Heliópolis, região Norte de BH, onde trabalha. A passageira relatou dificuldades para subir as escadas. 

“Não tem nada avisando que tem a escada desse jeito. Ela está muito alta, um idoso com certeza não consegue subir. Quando termina de subir, as pernas estão moles. Bem difícil”, reclama a passageira, que diante da situação, vai passar a se dirigir para o centro de BH e, de lá, pegar o metrô. A mudança vai causar um impacto significativo na rotina da usuária. “Vou levar uma hora a mais, tanto na ida quanto na volta”, lamenta. 

Quem também não gostou das mudanças no acesso foi a aposentada Ana Lúcia Rosa, de 68 anos, que foi surpreendida pelo cenário que encontrou na rua Guaratan. A mulher vê uma falha para informar os usuários sobre a disponibilidade do carro para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.  

“Quando eu cheguei, o carro não estava lá, então já fui para a escada. Depois que eu subi e reclamei com um funcionário, ele disse que tinha um carro. Eles deviam abordar as pessoas lá embaixo e dar essa informação. Mas depois que subi tudo é que fiquei sabendo”, conta. Ela afirma ainda que vai deixar de usar o metrô durante as obras. “Não preciso tanto”, finaliza.

Em nota, a Metrô BH disse que há colaboradores de atendimento e segurança posicionados nos acessos em obras, para orientar e ajudar os clientes na passagem pelo local. "Além disso, há comunicação visual indicativa, bem como a emissão de áudios informativos na Estação Calafate", complementa a empresa.