Um homem de 48 anos foi preso nesta quinta-feira (26) suspeito de mandar matar a esposa e forjar a cena do crime para simular um suicídio. A motivação, segundo a Polícia Civil, seria evitar a partilha de um patrimônio avaliado em cerca de R$ 2 milhões, já que o casal havia iniciado o processo de separação judicial em maio deste ano. Um homem de 63 anos, apontado como executor do crime, também foi preso. O caso ocorreu em Goiabeira, no Vale do Rio Doce. 

A farsa foi descoberta durante as investigações conduzidas pela Delegacia de Polícia de Conselheiro Pena, que começou a apurar o caso no dia 6 de junho, após a morte da mulher, de 45 anos. Inicialmente, a ocorrência foi registrada como suicídio, mas os laudos periciais apontaram sinais de agressão física, lesões de defesa, luta corporal e desordem no local — indícios que reforçaram a suspeita de homicídio.

O homem de 63 anos teria adquirido a corda utilizada no enforcamento e, conforme relatos colhidos pela polícia, chegou a oferecer R$ 5 mil a outras pessoas para que cometessem o assassinato.

Segundo o delegado Diego Menezes, que coordena o inquérito, o crime foi meticulosamente planejado para parecer autoextermínio e enganar a polícia e os familiares da vítima. “Trata-se de um caso com alto grau de complexidade. A atuação técnica e dedicada dos investigadores e peritos foi essencial para desmontar a farsa e garantir justiça à vítima e à sua família”, afirmou.

Gaslight

O nome da operação faz referência ao filme À Meia Luz (Gaslight, 1944), que deu origem ao termo “gaslighting” — uma forma de manipulação psicológica usada para distorcer a percepção da realidade. Para a PCMG, a referência simboliza a tentativa dos autores de criar uma falsa narrativa com fins financeiros.

Além das perícias, o trabalho investigativo também incluiu análise de imagens de câmeras de segurança, oitivas de testemunhas e cruzamento de dados que confirmaram o envolvimento dos dois suspeitos.