Quatro pessoas foram internadas com suspeita de intoxicação alimentar após consumirem a planta Nicotiana glauca, uma espécie tóxica conhecida como “falsa couve”, na zona rural de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Entre as vítimas está uma mulher de 37 anos, que sofreu uma parada cardiorrespiratória. As pessoas consumiram a planta durante uma confraternização familiar, realizada na última quarta-feira (8/10).

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve por causa da semelhança com o vegetal. Os moradores refogaram a planta, que também é conhecida como “charuteira” ou “couve-do-mato”, e a serviram no almoço. Após a refeição, as quatro pessoas começaram a apresentar mal-estar, dormência nas pernas, fraqueza, dificuldade para respirar e visão embaçada.

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A mulher de 37 anos teve complicações durante o atendimento dos bombeiros. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimada. Em seguida, foi levada ao Pronto-Socorro do município. As outras três vítimas, homens com idades entre 60 e 67 anos, foram encaminhadas para unidades de saúde.

"Atualmente, três vítimas permanecem internadas na Santa Casa, entubadas e em estado grave, porém estáveis. O homem de 67 anos atendido na UPA apresenta boa evolução, já está na enfermaria, consciente, orientado e se alimentando normalmente", disse a Prefeitura de Patrocínio, em nota. Uma criança de 1 ano e 6 meses, que estava com a família, também foi levada para atendimento médico e permanece em observação. Ela, no entanto, não chegou a consumir a planta.

Ainda segundo a prefeitura, equipes da Vigilância Sanitária e da Vigilância Epidemiológica realizaram, nesta quinta-feira (9), uma vistoria na residência da família e coletaram amostras para aprofundar a investigação. "A Secretaria de Saúde reforça a importância de não consumir plantas desconhecidas e de procurar imediatamente atendimento médico em casos de suspeita de intoxicação", concluiu.

Veja a nota da Prefeitura de Patrocínio

"A Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio informa que, na tarde de ontem (quarta-feira), por volta das 15h, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado para atender uma ocorrência de provável intoxicação alimentar envolvendo uma família residente na zona rural do município.

Ao chegarem ao local, as equipes do SAMU encontraram três pessoas em estado grave, sendo que todas sofreram parada cardiorrespiratória — a mulher de 37 anos e dois homens, de 60 e 67 anos. Ainda na residência, as equipes realizaram procedimentos de reanimação e entubação, conseguindo estabilizar as vítimas para o transporte.

A mulher de 37 anos e um homem de 67 anos foram encaminhados à UPA – Unidade de Pronto Atendimento. A mulher precisou ser sedada e entubada, permanecendo em estado grave, enquanto o homem chegou consciente, estável, porém também em estado grave, sem necessidade de entubação.

As outras duas vítimas, os homens de 60 e 67 anos, foram transferidas diretamente para a Santa Casa de Patrocínio, já entubados e em estado grave, sendo levados imediatamente à UTI.

Atualmente, as três vítimas permanecem internadas na Santa Casa, entubadas e em estado grave, porém estáveis. O homem de 67 anos atendido na UPA apresenta boa evolução, já está na enfermaria, consciente, orientado e se alimentando normalmente. Uma criança que também estava na residência não ingeriu a planta suspeita, mas permaneceu em observação na UPA até o fim do dia, sendo liberada sem intercorrências.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Luciana Rocha, as equipes da Vigilância Sanitária e Epidemiológica atuaram de forma imediata e, nesta quinta-feira (9), estão realizando vistoria e coleta de amostras na residência da família para aprofundar a investigação das causas do ocorrido, em parceria com o SAMU e a Santa Casa.

As informações preliminares apontam que o caso pode ter sido provocado pela ingestão de uma planta conhecida popularmente como “couve brava” ou “fumo bravo” (Nicotiana glauca), espécie altamente tóxica que se assemelha à couve comum, mas apresenta folhas menores. Há registros de intoxicações e óbitos por ingestão dessa planta em outras regiões do estado, como em Divinópolis, no ano de 2018.

A Secretaria de Saúde reforça a importância de não consumir plantas desconhecidas e de procurar imediatamente atendimento médico em casos de suspeita de intoxicação".