Uma mulher de 55 anos foi presa por manter quatro mulheres em cárcere privado em uma casa apontada como local de prostituição no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um vídeo recebido pela reportagem de O TEMPO mostra detalhes de como é o ambiente interno da casa de prostituição. Nas imagens, é possível ver um espaço com uma espécie de bar e uma pista de dança, além de um dormitório repleto de beliches no subsolo do imóvel de luxo.
Uma mulher de 55 anos foi presa por manter quatro mulheres em cárcere privado em uma casa apontada como local de prostituição no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Veja vídeo da casa de prostituição: pic.twitter.com/BKz8oJaUOZ
— O Tempo (@otempo) February 14, 2025
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De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o esquema foi descoberto após uma das vítimas acionar a Polícia Militar. Os militares foram até o local e ouviram gritos de socorro. Diante da situação, arrombaram a porta da casa. A suspeita tentou se esconder em um porão, mas foi localizada e presa. As quatro mulheres foram resgatadas.
A delegada Marina Prado, da Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerância, informou que as vítimas detalharam como viviam no local.
“Apesar de a casa de prostituição ser considerada de alto luxo, as mulheres recebiam um percentual muito baixo em relação ao valor cobrado pelos programas — a suspeita ficava com 60% do montante. Elas também relataram condições ruins de hospedagem, vestuário e alimentação. Além disso, tentavam retornar para seus Estados, mas eram impedidas e forçadas a permanecer contra a própria vontade”, afirmou a delegada.
De acordo com Marina, as mulheres chegaram a ser ouvidas pelos policiais, mas decidiram não esperar para dar o depoimento formal à Polícia Civil, possivelmente por medo de retaliações. A delegada afirmou que esse fator não irá impactar as investigações e que mais casos serão apurados pela PCMG.
"Elas decidiram que não teriam mais interesse em comparecer aqui na delegacia de plantão pessoalmente e não mandaram o local em que elas estão se escondendo, provavelmente com receio de sofrerem alguma retaliação. Iremos investigar se há mais vítimas e outros crimes ligados à suspeita", pontuou Marina Prado.
A suspeita permaneceu em silêncio durante o interrogatório e foi encaminhada ao presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde aguarda audiência de custódia.