Nesta terça-feira (25 de março), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o presidente da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Felipe Attiê, participaram de uma cerimônia de reinauguração da Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes, da Funed, no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. Ela estava fechada desde 2016. Com a retomada, o governo pretende suprir a falta do produto no Brasil, que é usado em caso de envenenamento por animais peçonhentos. A expectativa é que os soros estejam disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2025.
Segundo o presidente da instituição, Felipe Attiê, as primeiras ampolas já estão sendo produzidas. “Em agosto, nós vamos entregar as primeiras ampolas, já que nós precisamos de uma quantidade grande para poder entregar por vez, por questões logísticas, até Guarulhos (região metropolitana de São Paulo), na sede do Ministério da Saúde, de onde se distribui para todo o país”, disse à imprensa.
Ainda de acordo com Attiê, a expectativa é que 36 mil ampolas sejam fabricadas neste ano e mais de 100 mil no próximo. Segundo o governo de Minas, a fábrica tem capacidade produtiva de 150 mil ampolas anuais, o que, segundo o presidente, atenderia de 30% a 40% da demanda nacional.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, afirmou que Minas não enfrenta desabastecimento de soro, mas que outros estados passam por essa situação. “Com essa fábrica sendo retomada, todo o país vai conseguir ter tempo de resposta com soro", apontou.
Segundo o líder da pasta, há também interesse de países latino-americanos em importar o produto. “A decisão do governo de Minas em resgatar a Funed é a percepção a médio e longo prazo que ninguém mais vai conseguir produzir soro. Então nós tomamos a decisão estratégica para a gente não depender de ninguém e fornecer a todo o Brasil, e não só o Brasil, o Fundo Soberano da Organização Panamericana de Saúde quer também esse soro para toda a América Latina”, afirmou, completando: “não é lucrativo fazer soro. É uma despesa muito maior que a receita. Mas nós temos que assumir esse compromisso”.
Em 2025, a previsão da Funed é de produzir soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico (cascáveis) e antiescorpiônico. A variedade pode ser ampliada, a depender dos contratos firmados com o Ministério da Saúde, já que a fundação possui registro para a produção de oito tipos de soros.
Evento
A cerimônia contou com a participação de dezenas autoridades do governo de Minas, da Funed, de universidades e dos Legislativos estadual e municipal. O governador Romeu Zema (Novo) destacou a relevância da reinauguração: “Momento importantíssimo para Minas Gerais e para a Funed. Depois de nove anos de produção interrompida, era previsto uma interrupção de apenas três meses para manutenção e o problema foi se arrastando ano após ano”, afirmou.
Já o vice-governador Mateus Simões usou de sua fala para se dirigir nominalmente aos deputados presentes e afirmar a necessidade de se mudar o modelo jurídico da Funed, atualmente uma autarquia estadual, para ampliar sua atuação. A Assembleia é responsável por aprovar alterações na estrutura das empresas públicas do estado.