Encontrada quatro dias após o desaparecimento, o estado do corpo de Yara Karolaine Martins Neves, de 10 anos, não permitiu que sua família pudesse ver seu rosto uma última vez. A menina, que havia desaparecido em Água Boa, foi encontrada neste sábado (8), a cerca de 60 km de sua casa, por uma mulher que pescava próximo à cachoeira Pele de Gato, em São Pedro do Suaçuí, no Rio Doce.
A reportagem de O TEMPO conversou com Maria Geralda Tavares Martins, de 43 anos, mãe de Yara. Ela contou que a criança estava a caminho da casa de uma amiga quando foi abordada por um carro, na esquina da sua rua. Por conta do avançado estado de decomposição, Maria Geralda relatou que o velório da filha foi realizado com o caixão fechado, o que a impediu de se despedir da filha.
“Ela ficou cinco dias dentro d'água, em um saco, então não pôde abrir o caixão. Nem velório teve. Foi só chegar e enterrar. Não vi nada, nada. O caixão ficou lacrado, não pôde abrir. Eu não pude me despedir da minha filha. É uma dor muito triste, não poder se despedir da sua filha. É muito triste”, desabafa Maria Geralda.
Antes de o corpo ser encontrado, Maria havia gravado um vídeo ao lado da irmã de Yara, de 13 anos, em que pedia para que a filha fosse devolvida à família. “É um apelo de uma mãe desesperada”, dizia no vídeo. Seis dias após o desaparecimento, embora o encontro do corpo tenha encerrado a angústia da incerteza, Maria confessa que ainda é difícil acreditar no que aconteceu. “Foi um baque, foi um baque grande, um baque novo. Foi muito grande. Eu estou abalada até agora. A ficha ainda não caiu”, lamenta.
'Ficha ainda não caiu', diz mãe de menina de 10 anos encontrada morta em cachoeira