Durante o temporal que atingiu Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nessa segunda-feira (31 de março), cenas comuns se repetiram: inundação da Vila Samag e da trincheira José Quintão Romero, conhecida como “trincheira do Itaú Shopping”. Quando há uma chuva forte na cidade, esses são os principais pontos de atenção, além da avenida Francisco Firmo de Matos.  

A Prefeitura de Contagem entende que não há solução para a inundação nas residências. A (única) alternativa é a retirada de todos os moradores. Para isso, a prefeitura espera receber R$ 100 milhões pelo Novo PAC, do governo federal, o que ainda não há data para acontecer. Em fevereiro, após outra inundação, durante audiência com moradores, a prefeita Marília Campos tinha antecipado a situação.  

“Nós temos que dar uma solução para essa grande apreensão que a população que mora aqui vive: as enchentes. Elas colocam em risco a vida desses moradores e ameaçam a perda de todo o patrimônio que eles adquiriram. A solução é sair de lá, infelizmente, não tem outra alternativa. O que estamos discutindo aqui, hoje, é como melhorar e negociar as condições dessa desapropriação, para que todos tenham uma vida digna em outro lugar. O que pudermos fazer para que isso aconteça, nós faremos”, declarou à época.  

Nesta terça-feira, Pedro Paulo Ferreira dos Santos, coordenador de obras de saneamento da Secretaria de Obras de Contagem, conversou com a reportagem sobre mais um episódio de inundação na Vila Samag e na trincheira do Itaú. Ele citou que a prefeitura está atenta às mudanças dos efeitos climáticos e que uma possível solução para os trabalhos é estudada pelo Executivo.  

“Estamos fazendo o plano diretor de drenagem no município, o que vai dar rumo para a prefeitura priorizar as obras. Serão construídas aqui duas bacias de contenção de cheias, uma aqui na Vila Samag, outra em parte da Vila São Vicente, e mais um reservatório complementar em parte da Vila Santo Antônio. Com isso, a Vila Samag terá que ser totalmente removida. Parte da Vila São Vicente e parte da Vila Santo Antônio (também vai precisar ser removida). Já está em execução uma duplicação do canal da avenida Firme de Matos, é uma obra que está sendo feita em parceria com o Estado, exatamente para receber as águas que vão caminhar aqui por essa avenida, pela futura bacia de contenção, entrar nesse canal duplicado, sem transtornos para a trincheira da Itaú. Então essas obras vão dar solução não só para enchente da (trincheira do) Itaú, como para as inundações aqui na Vila Samag, Santo Antônio e São Vicente”, disse.  

Por meio de nota, a prefeitura informou que a Defesa Civil esteve durante toda a manhã de terça-feira na Vila Samag, um dos pontos mais atingidos pelo temporal dessa segunda.  Além da Defesa Civil, equipes de Assistência Social e de Limpeza Urbana estiveram no local para assistir moradores e atender demandas decorrentes da chuva, como limpeza das vias e das casas. Não houve desabrigados e desalojados.  

“Neste momento, mais de 100 marmitas estão sendo distribuídas em pontos fixos, de acordo com a demanda da população. Além disso, seguimos acompanhando a situação e, conforme novas necessidades forem identificadas, ampliaremos o suporte com a distribuição de cestas básicas e outros auxílios essenciais. Nosso compromisso é assegurar que nenhuma família fique desamparada neste momento de vulnerabilidade.  Durante o temporal, também foram distribuídos hipocloritos e colchões para moradores da avenida Cinco, na Vila Samag, e demais atingidos de outras regiões (Eldorado, Riacho e Industrial, locais onde a chuva foi mais intensa)”, informou. A trincheira do Itaú passou por limpeza durante toda a manhã e ainda não tinha sido liberada no começo da tarde.