Um técnico de enfermagem foi indiciado após uma paciente, de 31 anos, sofrer uma parada cardiorrespiratória e ficar com sequelas graves depois de uma cirurgia ortognática (que corrige deformidades na mandíbula e no maxilar) em março de 2023, no município de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), as investigações apontaram que, após a cirurgia, a vítima sofreu a parada cardiorrespiratória em algum momento do intervalo de aproximadamente 17 minutos em que esteve sob a responsabilidade do suspeito, enquanto era conduzida até o quarto.
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A instituição afirma que, durante esse período, a mulher não recebeu a atenção e as intervenções adequadas do suspeito — fator que pode ter sido crucial para o agravamento de seu quadro clínico.
A vítima somente recebeu os primeiros atendimentos de reanimação ao chegar ao quarto, quando outro profissional de saúde percebeu a situação e iniciou, de imediato, os procedimentos de socorro. A paciente recuperou a consciência, mas sofreu sequelas neurológicas graves atribuídas ao tempo prolongado da parada cardiorrespiratória, indica a PCMG.
Investigações não apontam erro no procedimento
A Polícia Civil enfatiza que não foram constatados indícios de erro médico no decorrer do procedimento cirúrgico. Porém, a instituição aponta para o crime de lesão corporal culposa praticado pelo técnico de enfermagem, com aumento de pena em razão da inobservância de regra técnica de profissão.
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"A conclusão do inquérito deixa claro que houve falha técnica relevante na condução da paciente, configurando crime previsto em lei. Nosso papel é dar transparência aos fatos e assegurar a responsabilização de quem descumpre normas essenciais no exercício profissional, sobretudo na área da saúde", diz o delegado responsável pelo caso, Luciano Vidal.