Nos próximos dias, o novo prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), poderá enfrentar sua segunda greve em menos de cinco meses de mandato. Os servidores municipais da capital mineira farão uma paralisação no próximo dia 23 de abril para a realização de uma assembleia da categoria, que poderá culminar em uma greve. A mobilização faz parte da campanha salarial de 2025, organizada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), que denuncia a demora da Prefeitura de BH (PBH) para abrir a negociação com os trabalhadores. 

Segundo o coordenador administrativo do Sindibel, Israel Arimar, a categoria reivindica um reajuste de 10%, referente à inflação acumulada e à projeção dos próximos meses. Eles também pleiteiam o aumento no vale-refeição, a manutenção de benefícios, melhoria das condições de trabalho e a valorização das carreiras.

“É bom lembrar que a Câmara Municipal já fechou a negociação com os servidores do legislativo e concedeu 10% de ganho salarial a partir de maio. Enviamos nossa pauta dia 13 de março e a prefeitura, até agora, a única sinalização que nós temos é que eles se sentariam com os servidores no dia 30 de maio. Ou seja, estão jogando a negociação para o segundo semestre. Esse cenário coloca um risco real de ser decretada greve nesta assembleia”, alerta. 

Ainda segundo Arimar, no mesmo dia, outro sindicato que, representa os trabalhadores da educação, realizarão uma assembleia. "No dia 23, o Sindirede, também fará assembleia da educação. Se mantido o atual cenário, podemos ter greve de quase todos servidores da PBH", alerta o coordenador do Sindibel.

No início do ano, os trabalhadores terceirizados da educação realizaram a primeira greve durante a gestão Damião. O movimento foi encerrado no último dia 10 de março, após proposta do município. 

Quem pode parar?

O Sindibel representa a maioria dos servidores municipais, exceto os da educação e os fiscais de tributos. Entre as categorias que irão parar no próximo dia 23 e que poderão entrar em greve estão os profissionais da saúde, Guarda Municipal, administração, fiscalização, assistência social, SLU, Sudecap, e as autarquias, como os funcionários das áreas de cultura, parques e jardins.

“O que estamos cobrando da prefeitura é que negocie, apresente uma proposta e atenda aos servidores para evitar a interrupção de serviços públicos”, completou.

O TEMPO procurou a PBH, que informou por nota que antecipou para o final de maio a data do retorno das análises das pautas, que, inicialmente, estaria prevista para julho deste ano. 

"O Município esclarece que recebeu, até o momento, mais de 340 itens de pauta de diversas categorias, com níveis variados de complexidade, o que exige uma análise criteriosa sob os aspectos técnico, financeiro e jurídico. Além desses itens, as entidades sindicais apresentaram complementações às pautas iniciais, que vêm sendo incorporadas ao estudo de viabilidade", completou o município.