Uma das linhas de investigação da Polícia Civil levou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a solicitar, na Justiça, a colheita de material genético do padrasto da adolescente de 16 anos que teria jogado o filho recém-nascido em um lote ao lado de sua casa, no último sábado (19 de abril), na cidade de Angelândia, no Jequitinhonha. Também foi colhido o DNA da criança, que foi atacada por animais e morreu na última quarta-feira (23 de abril), após quatro dias internada.
O homem de 39 anos, que está detido desde o dia do encontro do bebê, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça no dia seguinte. A confirmação da colheita do DNA do suspeito e do bebê consta na decisão que manteve presos ele e a companheira de 36 anos - que é mãe da garota.
"Defiro o pedido do Ministério Público de coleta do material genético do bebê e do autuado (padrasto) para realização de exame de DNA, uma vez que não houve oposição da defesa e considerando que se trata de linha de investigação apontada pelo parquet (promotor), que deverá ser levada em consideração pela polícia judiciária", escreveu a juíza Caroline Rodrigues de Queiroz na sentença.
Além do casal que segue preso, a adolescente teve a sua internação provisória, também solicitada pelo MPMG, acatada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). "A vaga para cumprimento da medida foi reservada e será efetivada assim que concluídos os atendimentos de que ela necessita", completou o órgão de Justiça.
Procurada, a Polícia Civil informou que o inquérito segue tramitando e que outras informações serão divulgadas somente após a conclusão do procedimento. "Os prazos de laudos periciais podem variar, a depender da complexidade de cada caso, sendo respeitados os preceitos legais", concluiu a instituição policial.
Casal poderia fugir do local
Ainda conforme a decisão judicial, a prisão da mãe e do padrasto da menor foi mantida também por conta da existência da suspeita de que o casal poderia fugir do local.
"Os policiais militares encontraram uma mala com roupas na residência comum, havendo risco concreto à aplicação da lei penal e à ordem pública", escreveu a magistrada.
Relembre o caso
O bebê recém-nascido foi encontrado no terreno baldio por volta das 4h. Segundo o Corpo de Bombeiros, a criança foi encontrada com amputação traumática total da orelha esquerda e do pé esquerdo, além de uma amputação parcial do pé direito.
As lesões encontradas, ainda conforme os bombeiros, sugerem para ferimentos por ataque de animal. Um vídeo mostra o momento do resgate da criança:
Foi socorrido de helicóptero, em estado grave, o recém-nascido que foi abandonado em um lote vago de Angelândia, cidade de 7 mil habitantes localizada na região do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O bebê foi encontrado na tarde deste sábado (19 de abril) com ferimentos causados… pic.twitter.com/ypXLedp3WF
— O Tempo (@otempo) April 19, 2025