O Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais (Sip) e a Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amip) acreditam que o caso de intoxicação de uma torta de frango, que deixou três pessoas internadas em estado grave, não irá impactar o setor no Estado. Os órgãos afirmaram que acompanham as investigações que tiveram início na última quarta-feira (23 de abril). A padaria investigada está localizada no bairro Serrano, na região Noroeste de Belo Horizonte. As vítimas, uma idosa de 75 anos e um casal, de 23 e 24, continuam internados em estado grave.
"Até o momento, o setor não foi impactado. As padarias, normalmente, possuem muita credibilidade com os seus clientes, principalmente por ser um tipo de negócio mais local. Mas estamos acompanhando as investigações por se tratar de uma empresa do setor, apesar de não ser associada", afirma Vinicius Dantas, presidente da Amipão. A investigação é conduzida pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A polícia não descarta a possibilidade de envenenamento ou de contaminação causada por alguma toxina ou microorganismos.
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Armazenamento
A padaria foi interditada após uma vistoria da Vigilância Sanitária na última quarta-feira (23 de abril). De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o estabelecimento não possui alvará sanitário e não havia nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo de liberação do documento. Conforme nota, as equipes encontraram “irregularidades no que se refere a questões de higiene e estrutura sanitária”. Em entrevista para a reportagem de O TEMPO, o padeiro, responsável pela produção da torta de frango consumida pelos clientes que foram hospitalizados, disse que o armazenamento dos produtos na padaria é feito de forma inadequada.
"Essa é uma história com muitas versões e que estão divergentes. Mas sempre orientamos os donos de padarias sobre os cuidados necessários no acondicionamento dos produtos. Os alimentos possuem ingredientes diversos, por isso a necessidade do zelo ao congelar ou ao deixar o produto na estufa", acrescenta Dantas. Ainda de acordo com o presidente da Amipão, o episódio ocorrido com o estabelecimento do bairro Serrano pode ser considerado como um "problema pontual". "Não é algo que ocorre com frequência, que temos notícias sempre. O que sabemos, até o momento, é que essa padaria passou por mudanças de gestores, algo que também não é comum, porque esses negócios costumam ser de família", aponta.
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O caso
A torta vendida aos clientes hospitalizados foi produzida na manhã do último sábado (19). A receita, segundo o padeiro, tem a base de farinha de trigo, manteiga, ovo e sal. O alimento foi comprado pela idosa, de 75, e o casal, de 23 e 24, na segunda-feira (21) — dois dias após ter sido produzido. No mesmo dia, eles estiveram na padaria e devolveram o alimento, que havia sido consumido parcialmente, afirmando que ele estava estragado. Eles foram ressarcidos do valor pago pelo lanche. Na terça-feira (22), os três foram hospitalizados com sintomas de intoxicação. A idosa foi levada para uma unidade de saúde em Venda Nova, na capital, e o casal para uma de Sete Lagoas, na região Central do Estado.