Os corpos de Cristina Antonini, de 68 anos, e Daniela Antonini, de 42 — mãe e filha encontradas mortas em um apartamento no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na última sexta-feira (9 de maio) — foram liberados do Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR) nesta terça-feira (13), quatro dias após a tragédia que sensibilizou a capital. A bebê de um ano e oito meses, Giovana, filha de Daniela, que também foi encontrada morta no imóvel, por sua vez, foi liberada no último sábado (10) e velada em Sabará no mesmo dia.

No IMLAR, as vítimas foram submetidas a exames que vão subsidiar a investigação da Polícia Civil sobre as mortes. Uma carta deixada pela mãe da criança também poderá ajudar a esclarecer o caso. Em nota, a corporação informou que aguarda a conclusão dos laudos periciais para determinar as circunstâncias e as causas das mortes. “Nenhuma linha investigativa é descartada”, afirmou.

Os corpos da avó, da mãe e da bebê foram encontrados em uma mesma cama, dentro de um quarto trancado, no apartamento no Barro Preto, na última sexta-feira (9). No cômodo, também estavam quatro cachorros mortos.

O que aconteceu?

A Polícia Militar foi acionada após a síndica do prédio sentir um “odor forte” vindo de um dos apartamentos, que fica no 13º andar. Com apoio de um chaveiro, os militares arrombaram a porta do imóvel, que estava trancada por dentro, e encontraram os corpos das vítimas em um dos quartos. 

No cômodo, também foram localizadas duas bandejas e uma pequena churrasqueira com carvão queimado, elementos que serão analisados pela perícia. 

Quem são as vítimas?

As vítimas foram identificadas como Daniela Antonini, de 42 anos; sua filha Giovana Antonini, de 1 ano; e a mãe dela, Cristina Antonini, de 68 anos. Os quatro cachorros da família também foram encontrados mortos.

Segundo informações da síndica, Raquel Perpétuo Moreira, a família era inquilina do imóvel e morava no prédio há bastante tempo, embora ela pessoalmente não a conhecesse.

O que levou à descoberta dos corpos?

A Polícia Militar chegou ao local após a avó paterna da criança, preocupada com o sumiço das três desde o último domingo (4), procurar a síndica do prédio. Na quinta-feira (8), ela tentou obter informações com os porteiros, sem sucesso. Na manhã de sexta, ela conseguiu falar com a síndica, que decidiu ir até o apartamento.

Ao chegar ao andar, Raquel sentiu um cheiro forte e foi alertada por uma vizinha sobre a possibilidade de vazamento de gás. A partir disso, ela acionou a polícia. Os militares entraram no imóvel e encontraram a cena.

Motivação ainda é um mistério

Segundo a síndica, foi encontrada uma carta escrita por Daniela, que mencionava dificuldades financeiras e trazia um pedido de desculpas. O conteúdo foi entregue à Polícia Militar, que deve repassá-lo para análise da Polícia Civil. A carta pode ajudar a entender o que motivou as mortes, mas a investigação ainda está em andamento.

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